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2013
BRASIL-Padre excomungado por defender gays vai à Justiça contra punição da igreja.
Depois das declarações do papa Francisco sobre os homossexuais, Roberto Francisco Daniel, o padre Beto, excomungado em abril deste ano após declarações de apoio a gays, decidiu recorrer na Justiça contra a decisão que o excluiu da Igreja Católica. O religioso, de 48 anos, contratou advogados e protocolou na segunda-feira na 6ª Vara Cível de Bauru, medida cautelar contra a Diocese do município, localizado a 329 km de São Paulo. Ele disse ter comparecido ao tribunal sem saber do que se tratava e sem direito à defesa. O padre alega ainda que existe um tratado assinado entre o Vaticano e o governo brasileiro determinando que o sistema constitucional e as leis brasileiras sejam seguidos pela igreja. Além de não ter tido direito de defesa, Beto afirma que a decisão foi publicada no mesmo dia em que foi tomada, no site da diocese.
Padre Beto disse que já pensava em ir à Justiça antes mesmo das declarações do papa, que o estimularam ainda mais.
O ex-padre explicou que acreditava que seu processo de excomunhão ainda teria de ser assinado pelo Vaticano. Porém, descobriu que a decisão da Diocese de Bauru é definitiva na igreja. Por essa razão, ele resolveu tentar revertê-la na Justiça.
A Diocese de Bauru ainda não se manifestou sobre a ação judicial. O argumento usado para a excomunhão de Beto foi que ele “negou categoricamente a cumprir o que prometera em sua ordenação sacerdotal: fidelidade ao Magistério da Igreja e obediência aos seus legítimos pastores”.
Atualmente, Beto dá aulas em universidades e escreveu o livro “Verdades Proibidas – ideias do padre que a igreja não conseguiu calar”, lançado esta semana. As informações são da Folha de São Paulo.