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2023
CEARÁ – Cortejo fúnebre é interrompido pela polícia no Ceará, e corpo retorna para perícia
A Polícia Civil suspendeu, na tarde desta terça-feira (4), o cortejo funerário que levava o corpo de Júnior Marcos Silveira, de 38 anos, para o sepultamento no município de Acaraú, 238 km de Fortaleza. O delegado que investiga o caso solicitou suspensão o cortejo para investigar o real motivo da morte, falecido em uma clínica.
Segundo a polícia, agentes de segurança receberam a denúncia de familiares de que a clínica não levou o paciente durante a emergência até o hospital, a poucos metros do local, e nem chamou o Instituto Médico Legal para o serviço de verificação de óbito, práticas que deveriam adotadas pelos profissionais do estabelecimento, segundo a polícia.
A vítima passou por um procedimento em uma clínica na segunda-feira (4) e foi sedado para um exame de endoscopia. No momento da sedação, conforme a Polícia Civil, houve uma reação alérgica ao medicamento, e o paciente sofreu um choque anafilático, seguido de uma parada cardíaca.
Segundo familiares, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi chamado para levar o paciente até o hospital de Cruz, cidade vizinha a Acaraú, mas chegou já sem vida. Profissionais da clínica com o médico socorrista do Samu emitiram o atestado de óbito e liberaram o corpo para velório.
O corpo aguarda um veículo para ser levado para Itapipoca para exame cadavérico.
Quadro de ‘alergia grave’
Em nota, a clínica afirmou que o paciente não chegou a realizar o exame de endoscopia. De acordo com o estabelecimento, o paciente apresentou um quadro clínico de reação anafilática (alergia grave) ao medicamento tópico Xylocaina spray (lidocaína).
Cerca de 30 segundos após aplicação do anestésico, o paciente ficou agitado e com dificuldades para respirar. A clínica afirmou que a saturação de oxigênio começou a cair, foi instalado oxigênio sobre pressão para ele melhorar, porém, não houve resposta e a vítima sofreu uma parada cardiorrespiratória.
“Iniciamos todos os procedimentos de reanimação na clínica (de acordo com o protocolo médico), inclusive tivemos a ajuda da equipe do Samu que esteve na clínica durante a parada, mas mesmo mediante todos os esforços o paciente veio a óbito”, afirmou a clínica.
A clínica reforçou que segundo o acompanhante do mesmo após o ocorrido nos informou que ele tinha antecedentes de asma e dificuldade para respirar, mas não foi relatado na entrevista antes de iniciar a pré-medicação (lidocaína tópica). Ainda de acordo com a clínica, quanto a acionar o IML, o estabelecimento não viu como necessidade porque não se trata de uma morte violenta, mas sim de uma fatalidade que poderia ocorrer em qualquer unidade de saúde onde ele estivesse.
Fonte: G1.CE