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2025
CEARÁ – PT Ceará deve ter disputa por comando do partido entre atual presidente e aliada de Luizianne
A eleição interna que vai definir o comando do Partido dos Trabalhadores (PT) no Ceará pelos próximos anos caminha para ter uma disputa com ao menos duas candidaturas, que representam grupos que já vêm tendo enfrentamentos recentes dentro da sigla. De um lado, a vereadora Adriana Almeida se inscreveu como candidata a presidente do PT Ceará, liderando a chapa apresentada pelo Campo de Esquerda.
Por outro lado, outros dois grupos partidários, o Campo Popular e o Campo Democrático, chegaram a um acordo para apoiar a recondução ao posto do atual presidente do PT Ceará, Antônio Alves Filho, o Conin.
No próximo dia 6 de julho, o PT realizará o Processo de Eleição Direta (PED), que vai definir os novos diretórios da sigla a nível estadual e municipal. Esse processo vai definir quem assumirá a presidência do partido no Ceará e em Fortaleza. A função é estratégica, ainda mais no caso da presidência estadual, pois será essa pessoa quem vai coma
ndar a legenda nas eleições de 2026, quando serão definidas as chapas para eleição de Governo do Estado, Assembleia Legislativa, Senado Federal e Câmara dos Deputados, além de toda a articulação para eleição de presidente da República no Ceará.
No caso de Fortaleza, três nomes concorrem à presidência do partido na instância municipal: a vereadora Mari Lacerda, pelo Campo da Esquerda; o ex-deputado Antônio Carlos, pelo Campo Popular; e o professor universitário Eudes Baima, pelo Diálogo e Ação Petista.
Já a nível de Ceará, a vereadora Adriana Almeida oficializou na última sexta-feira (9) sua candidatura para concorrer à presidência estadual pelo Campo de Esquerda. Esse grupo é liderado pela deputada federal Luizianne Lins. Adriana disse em texto publicado nas redes sociais que o Campo de Esquerda propõe mudanças no modelo de gestão partidária do PT no Ceará.
“Minha candidatura à presidência estadual e a da companheira Mari Lacerda à presidência municipal representam o contraponto, uma saída à esquerda conectada aos territórios, com o protagonismo das lutas do povo e um olhar atento aos desafios do nosso tempo. Nossa candidatura representa o diálogo com a juventude, as mulheres, o povo negro e as periferias. São grandes os desafios que nos esperam em 2026, e estamos preparadas para apresentar uma gestão partidária que tenha a cara, a voz e a participação da nossa gente. Teremos disputa estadual e quem deve decidir o futuro do partido são seus filiados e filiados”, escreveu.
No sábado (10), o deputado estadual Guilherme Sampaio, que é o líder do governador Elmano de Freitas (PT) na Assembleia Legislativa do Ceará, em publicação conjunta com Conin nas redes sociais, confirmou acordo entre os Campos Democrático e Popular em prol da reeleição do atual presidente do PT Ceará no PED 2025.
“A construção da unidade sempre foi um valor que defendo dentro do Partido dos Trabalhadores. Por isso, estou junto na decisão de apoiar a recondução do companheiro Conin à presidência do PT Ceará, fruto de um consenso entre o Campo Democrático e o Campo Popular. (…) Com diálogo e em unidade, seguimos construindo um PT ainda mais forte e preparado para os desafios de 2026”.
O Campo Democrático é o grupo no PT cearense sob a liderança do deputado federal José Guimarães. Já o Campo Popular, criado oficialmente em abril, é formado por quadros do PT próximos ao ministro da Educação, Camilo Santana, ao governador Elmano de Freitas e ao prefeito Evandro Leitão. Os três grupos – Campo Democrático, Campo de Esquerda e Campo Popular – são as principais forças internas no PT do Ceará atualmente.
Conforme O Estado apurou, os Campos Popular e Democrático mantiveram maior diálogo sobre as eleições internas e chegaram a um acordo em que o primeiro ficaria com a presidência do PT Fortaleza, onde tem maioria, enquanto que o segundo teria direito à presidência do PT Ceará, pois é majoritário no estado.
Petistas ouvidos pela reportagem disseram que, mesmo com as candidaturas para as presidências estadual e municipal já oficializadas, o diálogo entre os grupos continua na busca por um “consenso”, podendo um candidato retirar seu nome até o dia da eleição, em favor de outro.
Fonte: O Estado CE.