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14
2022

BRASIL – SAFADEZA: Certificados falsos de vacina são anunciados no Telegram por R$ 500

Aproveitando-se de brechas de segurança do aplicativo governamental ConecteSUS e da descrença de grupos antivacina na ciência, um mercado ilegal para venda da certidão vacinal circula livremente no Telegram. Os documentos falsificados são anunciados por até R$ 500 no aplicativo de mensagens.

Durante três semanas, a reportagem do Metrópoles conversou com vendedores que anunciam “aplicações” de vacinas contra a Covid-19 e sustentam registros feitos na plataforma do ConecteSUS. Com valores diferentes para número de doses, e contemplando também pais que não querem vacinar seus filhos, esses usuários vendem a promessa de uma “imunização” fictícia para aqueles que desejam emitir a certidão de imunização pelo aplicativo.

Um dos vendedores explicou que o esquema é feito por meio da Unidade Básica de Saúde (UBS) em que trabalha. Ao pedir o Cadastro Nacional de Informações Sociais (Cnis) do interessado, o suspeito afirma que pode registrar a dose no sistema ao mesmo tempo em que descartará uma vacina contra a Covid-19.

Oficialmente, o Ministério da Saúde informou não ter sido notificado sobre casos de comercialização do certificado vacinal. O Metrópoles apurou com uma fonte da pasta, no entanto, que o modus operandi é totalmente possível.

O Brasil possui mais de 38 mil salas de vacinação, além de hospitais e Unidades de Pronto Atendimentos (UPAs) com acesso ao sistema que registra os imunizantes. O governo federal precisa dar acesso à plataforma a servidores dessas unidades, lá na ponta, para que as doses sejam cadastradas.

“Se uma pessoa está agindo para vender esse certificado no posto de saúde e tem uma credencial, ela pode lançar a vacinação e não vacinar a pessoa. Isso é possível de ser feito tranquilamente”, confirmou a fonte do Ministério da Saúde.

O mesmo modus operandi foi usado, por exemplo, na alteração de dados de políticos e famosos, como Manuela D’Ávila, Átila Iamarino, Felipe Neto, Felipe Castanhari e Nyvi Estephan, no sistema do SUS.

Valores

O anúncio da venda de certificado falso de vacinas é feito livremente em grupos de pessoas que são contra os imunizantes. Em meio a publicações de notícias falsas sobre as vacinas disponíveis contra a Covid-19, pipocam comunicados que vendem o “passaporte vacinal”.

Alguns são mais discretos e pedem para que os interessados entrem em contato por mensagem privada. Outros chegam a comparar a obrigatoriedade da vacina à perseguição aos judeus feita pelo regime nazista de Adolf Hitler.

Os preços variam no mercado paralelo. Quanto mais doses a serem cadastradas no sistema, menor é o valor de cada dose. A variação também existe para doses “aplicadas” em crianças e adolescentes, público mais recente a ser integrado na campanha vacinal — para eles, as doses são mais caras.

Em um anúncio, o preço para uma dose em adultos é de R$ 300, duas doses são R$ 400, e o valor com a dose de reforço é de R$ 500. Em crianças, a quantia a ser desembolsada é de R$ 400 e R$ 500, para uma e duas doses. A escolha por qual será o imunizante cadastrado é livre. No anúncio, o vendedor promete: “Você escolhe a quantidade de doses, escolhe o veneno entre Pfizer e Coronavac. E assim que eu lançar no sistema do SUS, falo para você checar [sic]”.

Não é possível saber, contudo, se o esquema realmente funciona ou é apenas um golpe, uma vez que, se o Metrópoles avançasse com a negociação, poderia estar cometendo um crime.

“Um no meio da multidão”

Um dos vendedores contatados pela reportagem, identificado apenas como Azevedo, explica que o esquema é feito a partir da UBS onde trabalha. Com o cadastro do ConectSUS do comprador em mãos, o golpista acrescenta as doses compradas no sistema do usuário, como se ele tivesse sido imunizado naquela unidade de saúde.

A falha de segurança no aplicativo já foi identificada e é de conhecimento do governo federal, que afirmou ter resolvido o problema desde 24 de janeiro deste ano. A brecha permitia a validação do certificado de vacina contra a Covid-19 por meio da leitura de um QR Code, relativo a qualquer documento.

Investigação internacional

Em janeiro deste ano, a Check Point Research (RCP, na sigla em inglês) alertou para um ressurgimento de testes falsificados e certificados de vacinação em meio a uma nova onda de infecções causadas pela variante Ômicron da Covid.

A RCP também descobriu forte aumento no valor anunciado pelos certificados.

Logo após o anúncio inicial dos certificados de vacinação, em 2021, os documentos eram normalmente vendidos entre US$ 75 e US$ 100. Neste último despertar do mercado paralelo, no começo deste ano, esses mesmos certificados passaram a custar de US$ 200 a US$ 600, representando aumento de até 600%.

“Os governos precisam se unir rapidamente para combater esse último aumento no mercado paralelo, ou correm o risco de ver documentos falsificados aumentarem em número nas próximas semanas e meses”, alertou Liad Mizrachi, especialista em segurança da Check Point Software.

Outro lado

Ministério da Saúde e a Polícia Federal foram procurados na quarta-feira (9/3) para informar se monitoram a venda ilegal de certificados falsos de vacina.

O Ministério da Saúde informou que o registro de imunização contra a Covid-19 é realizado nos postos de vacinação de todo o país por operadores credenciados. “Em caso de irregularidades e denúncias, o gestor local pode realizar o bloqueio da credencial do agente responsável e notificar o Ministério da Saúde para que o acesso do usuário seja suspenso permanentemente. Até o momento, a pasta não foi notificada formalmente sobre casos de comercialização do certificado vacinal”, assinalou o órgão.

A PF não respondeu.

A rede social Telegram não possui assessoria no Brasil. O espaço segue aberto.

Fonte: Metrópoles.

About the Author: Bené Fernandes

Radialista com mais de 25 anos de militância em Sobral(CE), e agora Jornalista Profissional, sob o Registro- 01657 MTb - datado de 23/12/2004. Trabalho atualmente na Rádio Paraíso FM-101,1 Mhz, onde apresento o Programa HORA DA NOTÍCIA - no horário de 11hs ás 13 horas. Nas tardes da Paraíso FM levo alegria de descontração no Programa FORRONEJO de 15hs ás 17 horas. Se ligue com a gente e venha curtir o melhor da informação e do entretenimento musical.

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