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2016
BRASIL – “Não existe injustiça mais devastadora do que condenar um inocente”, diz Dilma em discurso.
Em sua primeira manifestação pública após a decisão do Senado de afastá-la do cargo de presidente para dar continuidade ao processo de impeachment, na manhã desta quinta-feira, Dilma Rousseff se disse injustiçada, falou em golpe diversas vezes e prometeu lutar pela continuidade de seu mandato.
— Não existe injutiça mais devastadora do que condenar um inocente — disse a presidente afastada em sua fala, que durou cerca de 15 minutos.
Dilma chamou o processo de impeachment de “fraudulento” e disse que seu governo tem sido alvo de “intensa sabotagem”. A presidente afastada criticou o uso das pedaladas fiscais como argumento para dar continuidade ao processo de afastamento. Ela lembrou o uso do recurso, que classificou como “atos legítimos de gestão orçamentária” por outros governantes, que não foram considerados criminosos.
No que chamou de uma “denúncia” sobre os riscos de um golpe, a presidente afastada se classificou como uma “fiadora zelosa do estado democrático de direito. Ela garantiu que vai usar de todos os recursos que dispuser para seguir o mandato até o fim e convocou os brasileiros a se unirem pela democracia.
— Mantenham-se mobilizados, unidos e em paz. A luta pela democracia não tem data para terminar.
Depois do pronunciamento, a presidente Dilma Rousseff desceu, pela passagem interna do prédio, e encontrou-se com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em frente ao Palácio do Planalto. Os dois se abraçaram, mas não disseram nada.
Fora do Planalto, Dilma repetiu aos manifestantes, em tom improvisado, o discurso que fez à imprensa. Dessa vez, porém, atacou diretamente Eduardo Cunha, dizendo que o presidente da Câmara agiu por vingança ao articular sua saída. A presidente não permitiu a continuidade do processo contra o deputado suspeito de corrupção no Conselho de Ética.
— Eu não sou mulher para aceitar esse tipo de chantagem — disse.
Fonte: Zero Hora.