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2018
BRASIL – CRIME ORGANIZADO: PCC tentou contratar “Lúcifer” para assassinar inimigo dentro de presídio federal.
Bilhetes interceptados em um presídio do interior paulista revelam que o PCC (Primeiro Comando da Capital) tentou em 2017 usar um assassino conhecido como Lúcifer, sem elo com a facção, para matar um rival detido no presídio de segurança máxima de Campo Grande (MS).
A informação sobre o plano consta na denúncia da Operação Echelon, do MP-SP (Ministério Público de São Paulo), que acusou, há uma semana, 75 pessoas pelo crime de organização criminosa por integrarem a facção.
O alvo do PCC era o traficante José Roberto Fernandes Barbosa, mais conhecido como Zé Roberto da Compensa. Ele é o chefe da FDN (Família do Norte) e mandante do “Massacre de Manaus”, quando 56 presos foram assassinados durante o primeiro dia de 2017 na penitenciária da capital amazonense. Vinte e seis mortos eram integrantes do PCC.
A FDN e o PCC disputam o fluxo e venda de drogas da chamada “rota dos Solimões”, além do controle da massa carcerária nas prisões da região Norte. Segundo o depoimento confidencial de um preso amazonense, a ameaça do PCC, cujo plano de assassinato não foi concretizado, levou a direção da penitenciária federal em MS a colocar Zé Roberto em outra cela.
Lúcifer arranca vísceras de suas vítimas
Para matar Zé Roberto da Compensa e vingar aqueles que foram assassinados pela FDN, o PCC queria utilizar os serviços do detento Marcos Paulo da Silva, o Lúcifer. Preso há quase 20 anos, ele criou sua própria facção criminosa, a Cerol Fininho, conhecida por arrancar as vísceras de suas vítimas.
“Referente às ideias de tentar usar o Lúcifer para pegar o Zé Roberto FDN, é isso mesmo”, diz um dos bilhetes interceptados por agentes da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, na região oeste de São Paulo, onde se encontra parte da cúpula do PCC (veja a imagem acima).
“Pedimos para vocês fazerem esse salve [comunicado] chegar na meta [cela] dele que, se ele fecha nessa situação, ele terá todo nosso apoio no que precisar e poderá voltar para nossa cadeia como companheiro. Ele tem nossa palavra, pois ele tava ajudando vingar a morte de vários irmãos.
” Lúcifer é conhecido no sistema penitenciário paulista por ter uma tatuagem com seu apelido no crime. Certa vez, ele matou, ele matou, sozinho, cinco presos em poucos minutos. Já participou de assassinatos no cárcere em parceria com membros do PCC, de acordo com investigações da Polícia Civil de São Paulo.
Fonte: UOL Notícias.