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BRASIL – Deputado Padre Zé destaca o desempenho do Ceará no Plenário da Câmara Federal.
Postado por Bené Fernandes
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“Quero exaltar o desempenho recente da economia do meu querido Estado do Ceará. Enquanto o mundo se debate para sair da crise financeira de 2008, à qual fomos levados pela expansão exagerada do crédito e sua consequência inevitável, o estouro da bolha, vemos que o nosso Estado tem sido conduzido com maestria.
Prova disso é o desempenho da economia estadual: no terceiro trimestre deste ano de 2013 o nosso PIB cresceu 3,76%, valor bem superior ao brasileiro, que na realidade apresentou queda de 0,5%.
Sabemos que, mais importante do que o desempenho do PIB em um trimestre é a sua evolução ao longo de um período bem maior. Se analisarmos todo o ano, veremos que também nessa avaliação a economia do Ceará se saiu bem. Refiro-me aos dados fornecidos pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará – IPECE. Antes de mostrar os números, porém, quero deixar registrada a admiração que tenho pelos trabalhos desse Instituto, que tem proporcionado análises importantes a balizar os esforços de desenvolvimento dos governos locais. Ao parabenizar o Instituto, quero homenagear também todos os que lá trabalham e com isso abrilhantam os seus currículos.
Pois, bem: de acordo com os dados do IPECE, no ano de 2013 o PIB cearense cresceu 3,22% e, nos últimos doze meses, alcançou a expressiva cifra de 3,54%. Vê-se, portanto, que há uma perspectiva de longo prazo nesse desempenho; há, portanto, esperanças para a nossa sofrida população.
Mesmo se analisarmos a questão com base em prazos ainda mais longos vemos que o bom desempenho se mantém. Também com base nessa métrica o nosso Estado mostra-se bem conduzido: nos últimos quatorze trimestres, ou seja, nos últimos quase quatro anos, o PIB cearense cresceu bem acima do resultado brasileiro. Isso é o que realmente importa, pois mostra que encontramos o caminho do crescimento de longo prazo, que é um meio necessário para elevar o padrão de vida dos nossos conterrâneos.
Quero também destacar que esse crescimento ocorreu nos vários setores da economia. Tivemos o setor industrial com um aumento de produção da ordem de 6,98% no terceiro trimestre do ano corrente, um ritmo que analistas já chamam de “ritmo chinês”! Mesmo quando se considera os últimos doze meses a indústria cearense expandiu-se consideravelmente, tendo obtido um acréscimo de 5,33%. Também o setor de serviços floresceu, com crescimento da ordem de 3,57% nos últimos quatro trimestres. Expandiram-se, também, o setor comercial e os transportes, embora a administração pública, revelando o empenho do governador Cid Gomes em aumentar aa eficiência da máquina pública, teve crescimento bem menor, apenas 1,83%. Cresceu menos mas elevou a qualidade dos serviços prestados, que é o que interessa aos cidadãos.
A agropecuária é que não apresentou o desempenho esperado. Razões climáticas, principalmente – tanto excesso quanto falta de chuva –, vieram anular os esforços governamentais para a melhoria das atividades desenvolvidas no nosso mio rural.
Registro, ainda, que nesse particular os esforços estaduais foram prejudicados pela falta de recursos do Governo Federal. Essa falta de meios levou ao atraso nas obras da transposição do rio São Francisco; isso, or sua vez, impediu que a água que aqui virá, em breve, alcançasse as propriedades sedentas e, por isso mesmo, incapazes de produzir como gostariam.
A propósito, recentemente visitei alguns dos canteiros daquelas obras, a convite do Exército brasileiro, a quem agradeço uma vez mais a oportunidade. Oportunidade de ver a grandeza do Brasil e ver também, ao mesmo tempo, como a ineficiência de alguns governos põe a perder esforços de milhares de nossos compatriotas. Dá pena – e disse isso desta mesma tribuna já há alguns meses –, repito, dá pena ver como uma obra grandiosa como aquela, cujos benefícios serão auferidos por centenas de milhares de nordestinos de diversos estados, fica parada, abandonada, por falta de dinheiro para dar continuidade às obras.
Precisamos de mais planejamento para que fatos como esse não se repitam e possamos, assim, dar curso às boas iniciativas tomadas pelo governo estadual e que garantiram esse crescimento do PIB estadual bem acima da média brasileira.
Isso, como já disse, é importante, porque mostra que podemos manter a trajetória e, dentro de alguns anos, observar grande melhoria da qualidade de vida do nosso povo.
Gostaria, ainda, de registrar alguns debates importantes travados nos meios econômicos internacionais. Trata-se do questionamento do próprio conceito do PIB. Para muitos economistas, alguns deles premiados com o prêmio Nobel da economia, é necessário avançar e substituir esse conceito por algo que retrate, com maior fidelidade, as condições de vida da população.
Ainda não há um novo conceito já adotado de forma ampla pela comunidade internacional. Alguns defendem que o chamado Índice de Desenvolvimento Humano – IDH deveria ser priorizado; outros defendem indicadores ainda mais amplos. Outros defendem indicadores ainda mais amplos, e há diversos em utilização, aqui e acolá, cada qual com suas vantagens e desvantagens.
Há, por exemplo, o indicador chamado a “pegada humana”, que avalia a sustentabilidade dos hábitos de vida, vale dizer, de produção e consumo, de cada região. Não temos ainda esse índice calculado para o Ceará, e para o Brasil as informações são preocupantes, pois parece que está longe ainda o dia em que poderemos nos considerar no rumo do desenvolvimento sustentável.
Este o objetivo maior de toda a política. Esse desenvolvimento sustentável e integral inclui, além do atendimento às necessidades materiais, a satisfação das exigências espirituais e psicológicas do ser humano, e inclui ainda a atenção à preservação do meio ambiente, que é onde vivemos.
Essa integração é o objetivo maior de quantos abraçam a política por amor e dedicação à causa pública, grupo ao qual pertenço.
Por fim, quero deixar claro que essas últimas considerações são feitas apenas para alertar que, a cada dia, torna-se mais importante considerarmos, também, os impactos ambientais das nossas ações, tanto as individuais quanto as coletivas, e que a avaliação da nossa evolução deve ser feita levando em conta também essa variável, e não apenas com base em indicadores econômicos. Claro, repito, esses são importantes, mas há outros – como a qualidade de vida, os relacionamentos interpessoais, a harmonia dentro da sociedade e entre os grupos humanos e as demais criações de Deus.
Creio, para encerrar, que o nosso Ceará encontra-se no rumo certo, mas sei que o nosso caminho ainda é longo. Peço a Deus, portanto, que nos mantenha na boa trilha, nos dê sabedoria para corrigir eventuais erros e força para completar o caminho.
Muito obrigado”.
Pe. JOSÉ LINHARES
Deputado Federal
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