SOBRAL – OPINIÃO: “FOI UM RIO QUE PASSOU…”, Por Silveira Rocha.

O projeto de construção de uma lagoa de estabilização enrustida num “espelho d’água”, que para muitos sobralenses criou um novo cartão postal para a Sobral dita moderna, foi o ponto crucial para o início da matança do rio.

Lendo um comentário do deputado Leônidas Cristino, onde ele atribui ao governo federal os crimes ambientais praticados na Amazônia, me veio um contentamento quanto à posição do parlamentar voltada à defesa da natureza, coisa que ele não demonstrou quando foi secretário e prefeito de Sobral, períodos em que presenciou a morte lenta do nosso rio Acaraú, sufocado pelo escoamento de águas fétidas e contaminadas de diversos pontos da cidade.

O projeto de construção de uma lagoa de estabilização enrustida num “espelho d’água”, que para muitos sobralenses criou um novo cartão postal para a Sobral dita moderna, foi o ponto crucial para o início da matança do rio, que a partir de então passou a receber das gigantescas galerias, toda a enxurrada de água poluída do centro e de outras localidades urbanas. Desviar a rede de esgotos e de drenagem para pontos mais distantes determinaria um gasto absurdo, daí a Prefeitura optou pelo meio mais prático, econômico e que daria a Sobral uma falsa conotação de que estava sendo modernizada e embelezada.

Os garimpos ilegais e a devastação das matas da Amazônia dentro em breve estarão sendo monitoradas por satélite específico, que é parte de um convênio do Brasil com a multinacional Tesla. Além do mais, o Exército está de prontidão para agir contra os agressores. Pelo lado da Amazônia a coisa tende a se arrumar, contudo, do lado de Sobral, será que teremos nosso rio de volta, em condições de podermos beber sua água e refrescar os corpos?