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20
2021

BRASIL – Especialistas apontam “poder de barganha” da China sobre embargo à carne brasileira

O embargo chinês à carne bovina brasileira, que já dura seis semanas, não é inédito nem o mais longo da história comercial entre os dois países.

Em 2012, por exemplo, o fluxo foi interrompido pelo mesmo motivo: casos atípicos de “vaca louca” (Encefalopatia Enpongiforme Bovina – EEB), e retomado dois anos depois. Hoje, porém, o Brasil é muito mais dependente dessa parceria.

A China é o principal parceiro comercial brasileiro, e foi destino de 58% dos embarques de carne bovina de janeiro a setembro de 2021, o que corresponde a US$ 3,8 bilhões. Há nove anos, esse valor não chegava a US$ 40 milhões.

Só de janeiro a setembro deste ano houve uma alta de 35% no volume de exportações desse setor, além da carne suína e de aves, em relação ao mesmo período de 2020. “Agora, esse veto pelo caso atípico de “vaca louca” pegou os exportadores de surpresa, porque a China está mantendo esse veto indeterminadamente”, diz.

Tudo pela barganha

Tanto em 2012 quanto atualmente, o motivo dos embargos da China à carne do Brasil foram os casos de “vaca louca”. Para especialistas ouvidos pela CNN, porém, essa justificativa se soma a outro motivo: o poder de barganha por serem a segunda maior economia do mundo.

“O risco sanitário não é motivo real para esse veto, assim como não foi naquela época. É, antes de mais nada, uma questão de barganha. A carne está cara no mundo todo. Eles querem negociar”, diz Cariello.

“Historicamente, a China tem uma visão super comercial de tudo. Negociam em qualquer oportunidade e sabem o poder que têm como comprador. Afinal, são os maiores importadores não só de carne, mas de soja e vão ser de milho, algodão, celulose etc”, diz Marcos Jank, professor de agronegócio no Insper, coordenador do centro “Insper Agro Global” e conselheiro do Núcleo Agro do Cebri (Centro Brasileiro de Relações Internacionais).

Isso dá a eles um certo poder de monopólioEles têm uma vantagem pelo volume que eles compram e usam esse tipo de justificativa – pode ser um problema sanitário, técnico e até relacionado à Covid-19, como fizeram no ano passado, para negociar preços menores”, diz.

Em meio à pandemia, a China chegou a interromper as importações do Brasil por conta de um risco potencial de Covid-19 nas embalagens, risco que já se provou praticamente nulo.

Carne suína x carne bovina

China planeja ficar perto da autossuficiência na produção de carne suína, à medida que a situação da peste suína chega perto de estar controlada no país asiático. Em relação à carne bovina, por outro lado, a história é outra.

Eles precisam importar 30% do consumo doméstico de carne bovina. Por isso, a atual suspensão não deve demorar a acabar, já que o Brasil é o maior fornecedor nesse sentido”, diz Jank.

Apesar de serem dependentes da importação de carne bovina, é verdade também que esse tipo de proteína não é um produto estratégico em termos de segurança alimentar para os chineses, que ainda podem se beneficiar das importações que vem via Hong Kong.

“A carne básica da China é o porco ou frango. Eles ainda têm tempo para negociar”, diz Cariello.

Ministra da Agricultura quer encontro presencial

O governo aguarda retorno de uma carta enviada ao ministro-chefe da Administração Geral de Alfândegas da China (Gacc, na sigla em inglês) sobre o assunto.

A informação foi confirmada pelo Ministério da Agricultura à CNN. Na carta, a chefe da pasta, Tereza Cristina, se coloca à disposição para tratar pessoalmente sobre o embargo às exportações de carne bovina brasileira ao país asiático.

“Da forma como está acordado hoje, a decisão cabe à China. A revisão do protocolo, iniciada em 2019, é um dos muitos temas sobre a mesa em negociação entre os dois países. A ministra Tereza Cristina enviou uma carta ao ministro-chefe da GACC (autoridade chinesa responsável) e se colocou à disposição para tratar pessoalmente do tema. Ela está aguardando resposta”, diz em nota.

Fonte: CNN Brasil.

About the Author: Bené Fernandes

Radialista com mais de 25 anos de militância em Sobral(CE), e agora Jornalista Profissional, sob o Registro- 01657 MTb - datado de 23/12/2004. Trabalho atualmente na Rádio Paraíso FM-101,1 Mhz, onde apresento o Programa HORA DA NOTÍCIA - no horário de 11hs ás 13 horas. Nas tardes da Paraíso FM levo alegria de descontração no Programa FORRONEJO de 15hs ás 17 horas. Se ligue com a gente e venha curtir o melhor da informação e do entretenimento musical.

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