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2020
BRASIL – ALERTA: Casos de Covid-19 e reinfecções ligam sinal de alerta no futebol brasileiro
O futebol brasileiro ligou o alerta para os riscos da pandemia de Covid-19 mais uma vez. A CBF registrou, até o fim do mês de novembro, 689 casos positivos do novo coronavírus entre jogadores dos times das Séries A, B, C e D do Campeonato Brasileiro. Todos os jogadores tiveram somente sintomas leves, sem agravamento.
Nos episódios extremos, perdas como as mortes do auxiliar Renê Weber (59), campeão brasileiro por Fluminense, e do técnico Marcelo Veiga (56), ídolo do Ferroviário.
Dentre os árbitros, em levantamento divulgado pelo jornalista Paulo Vinícius Coelho, de cada três profissionais, um foi infectado. O número considera os 600 juízes cadastrados para as divisões do torneio nacional, com 215 registrando contato com a doença.
O momento de cautela se agrava ainda com a chance de reinfecção presente no desporto. A internação do técnico Vanderlei Luxemburgo por causa do novo coronavírus cinco meses depois de ter testado positivo pela primeira vez serviu como sinal de alerta. Assim como o ex-treinador do Palmeiras, vários outros jogadores têm apresentado diagnósticos confirmados da doença pela segunda ocasião.
A situação deixa médicos e equipes com a certeza de que, mesmo elencos que atravessaram surtos numerosos de Covid-19, não estão livres de terem novamente o problema. O diretor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Estêvão Urbano, explicou que, para ter certeza de que se trata, de fato, de uma reinfecção, seria preciso realizar um exame detalhado para cada um desses casos e nem sempre esse trabalho pode ser feito.
“Para comprovar, teria de guardar o vírus da primeira infecção e comparar com o novo vírus. É preciso ter um banco de vírus, até para saber se é o mesmo tipo de coronavírus que atingiu a pessoa na segunda vez. É um trabalho bastante sofisticado”, explicou.
Reinfecção
Além de estarem possivelmente sujeitos ao novo contágio, os jogadores têm testado positivo pela segunda vez em algumas ocasiões por portarem ainda fragmentos da doença. “Às vezes são as partículas virais que ficaram no nariz da pessoa e são pegas pelo exame do PCR. Não necessariamente é uma reativação do vírus. Possivelmente, é um fragmento que ficou. O exame de PCR é tão sensível, tão efetivo, que mesmo se encontrar um pedaço do vírus que não causa a doença, o resultado será positivo”, disse o Estêvão.
O médico explicou ainda que esses possíveis resquícios dos vírus podem permanecer por meses dentro do nariz de quem se recuperou. Enquanto o vírus é estudado, o melhor a se fazer é manter os testes rotineiros de todos, inclusive de quem já teve a doença.
O protocolo da CBF requer exames nas vésperas das partidas e, em caso positivo, solicita isolamento de 10 dias, com liberação do atleta se apresentar recuperação plena.
Fonte: Diário do Nordeste.