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2020
CEARÁ – Máfia dos Consignados: PF apreende carros de luxo da quadrilha presa
Vários carros de luxo, de última geração, alguns blindados, permanecem no pátio da Superintendência Regional da Polícia Federal no Ceará, no bairro de Fátima, em Fortaleza. Os veículos foram apreendidos pela PF por ordem da Justiça Federal nas investigações sobre a “Máfia dos Consignados”, que teria desviado cerca de R$ 600 milhões dos salários de milhares de servidores públicos do Ceará entre os anos de 2008 e 2014, na gestão do governador Cid Gomes (PT) e do então secretário da Casa Civil, Arialdo Pinho.
Os veículos fazem parte de um lote de bens, que inclui também peça de arte e relógios importados, apreendido por ordem da Justiça nesta quinta-feira (3), por ocasião da “Operação Onzenário”, que prendeu as seguintes pessoas: Bruno Barbosa Borges (empresário), sócio do Grupo Manhattan Construtora; Luís Antônio Ribeiro Valadares de Sousa, o “Zé do Gás” (empresário e ex-genro do secretário Arialdo); Eduardo Rocha, ex-gerente do banco Bradesco (já demitido); e o contador Wagner Máximus, detido pela PF em São Paulo.
Junto com Arialdo Pinho, os quatro homens presos seriam os “cabeças” de uma organização criminosa responsável pela “Máfia dos Consignados”. Os delitos atribuídos ao bando, conforme a PF, inclui também a lavagem de dinheiro tirado do bolso dos servidores públicos através de juros exorbitantes e ilegais pagos por aqueles que contraíram empréstimos consignados (descontados na folha de pagamento) ao longo dos seis anos de atuação da quadrilha chefiada por Arialdo Pinho e seu ex-genro, “Zé do Gás”.
De acordo com a investigação em curso pela PF, “laranjas” também foram usados no processo de “lavagem” do dinheiro arrecadado de forma criminosa pela quadrilha. Ainda ontem, a Justiça Federal determinou o bloqueio de contas dos investigados e o seqüestro de bens e valores totalizando R$ 106 milhões.
Entregou o passaporte
Já o ex-secretário da Casa Civil no governo Cid Gomes, e atual secretário de Turismo do governo de Camilo Santana (PT), Arialdo Pinho, foi obrigado pela Justiça a entregar seu passaporte, uma medida cautelar para impedir uma eventual fuga para o exterior. Os demais implicados também entregaram seus passaportes e tiveram prisão temporária decretada pelo prazo de cinco dias, podendo ser prorrogada por mais cinco ou convertida em preventiva.
“A Polícia Federal investiga o caminho do dinheiro, por onde circularam esses milhões. Cada pessoa que foi beneficiada com esses valores, como um vendedor de água, desempregado, que recebeu R$ 350 mil, está sendo ouvida” afirmou o delegado Alan Robson Alexandrino, titular da Delegacia Regional de Combate ao Crime Organizado da PF (CE) e responsável pela investigação local. “As prisões dessas pessoas que participaram ativamente deste esquema, são necessárias, fundamentais para o esclarecimento do caso”, concluiu.
Fonte: Blog do Fernando Ribeiro.