30
2018
BRASIL – OPINIÃO: O apoio de Edir Macedo a Bolsonaro é a melhor notícia que Haddad poderia ter. Por Kiko Nogueira
A notícia mais alvissareira para a campanha de Fernando Haddad é a do apoio de Edir Macedo a Jair Bolsonaro.
O colunista Lauro Jardim conta no Globo que o bispo reuniu a cúpula de sua igreja e ordenou o desembarque da candidatura de Geraldo Alckmin.
“O PRB, braço partidário da Universal e sócio-fundador do Centrão, apoia oficialmente a coligação tucana”, diz a nota.
Também mandou “descarregar todas as forças e orações” (entenda como quiser) no capitão e avisou que vai gravar um vídeo para a campanha.
Macedo é mais um líder evangélico no barco de Bolsonaro.
Na semana passada, Robson Rodovalho (não é nome de veneno para cupim), da Sara Nossa Terra, presidente de uma tal Confederação dos Conselhos de Pastores do Brasil, anunciou que estava com Jair.
Haddad vem subindo de maneira consistente nas pesquisas sem precisar dar o braço para a picaretagem gospel.
Representa hoje, mais do que nunca, o oposto desse obscurantismo. Não precisa tirar foto com Maluf.
Edir deu seu apoio a Lula e Dilma. Em 2014, ela foi ao Templo de Salomão, um elefante branco que grita “mãos ao alto” em cada tijolo, para um beija mão.
O que isso lhe rendeu, retrospectivamente?
Eu arrisco falar: nada. Provavelmente tirou votos de jovens que não conseguem achar que vale tudo na política.
Edir, sua agenda e o que ele simboliza são a cara de Bolsonaro. Afinidade eletiva.
Se Edir tivesse toda essa força, Flávio Rocha não teria soçobrado num fiasco patético (e a Record teria a liderança do Ibope produzindo aquele lixo).
Haddad pode surfar no espíritos do Elenão e na onda antifascista.
O neopentecostalismo picareta que abrace seu messias. De um lado Edir, Malafaia e Feliciano, de outro o Papa Francisco.
Aliás, aos supersticiosos, Francisco pediu orações contra o diabo em outubro.
Por via das dúvidas, não custa nada.
Fonte: Diário do Centro do Mundo – DCM.