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2016
BRASIL – TRISTE: Aliados de Temer estão na mira da Lava Jato
Cotados para compor uma eventual gestão do peemedebista estão entre os suspeitos de participar do esquema de corrupção na Petrobras. Caso assumam o comando de ministérios, eles serão julgados pelo STF, e não por Sérgio Moro.
Com a possibilidade de um eventual governo Michel Temer, investigadores da Operação Lava Jato já trabalham com a ideia de que alguns dos políticos que estão na mira da força-tarefa venham a compor a gestão do peemedebista. Nesse caso, eles passariam a dispor da prerrogativa de foro privilegiado e seriam julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e não pelo juiz Sérgio Moro.
De acordo com reportagem do jornal O Globo, nomes como os ex-ministros Henrique Eduardo Alves (Turismo) e Geddel Vieira Lima (Integração Nacional) são cotados para assumir o comando de algum ministério. Além deles, entre os aliados de Temer está o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), réu no STF, acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no esquema apurado pela Lava Jato. Cunha ainda responde a um inquérito que apura contas mantidas na Suíça.
O próprio vice-presidente já foi citado por dois delatores do esquema de corrupção: Delcídio e o lobista Júlio Camargo, que contou ter repassado US$ 5 milhões a Cunha como propina. O nome dele também aparece em uma caderneta apreendida na sétima fase da Lava Jato com um executivo da Camargo Correa e numa troca de mensagens por telefone entre o ex-presidente da OAS Leo Pinheiro e Eduardo Cunha.
Os senadores Romero Jucá (PMDB-RR) e Valdir Raupp (PMDB-RR) também estão na lista de aliados de Temer, e possivelmente terão uma forte atuação em sua gestão. Jucá é investigado em inquérito aberto para apurar formação de quadrilha na Lava Jato, e Raupp também é investigado por formação de quadrilha e alvo de um segundo inquérito.
A delação do senador Delcídio do Amaral (s/partido-MS) revelou que os ex-ministros Eliseu Padilha (Aviação Civil) e Moreira Franco (Aviação Civil e Assuntos Estratégicos da Presidência) deram suporte para que o ex-petista assumisse a Diretoria de Gás e Energia da Petrobras, em 1999. Tanto Padilha quando Moreira Franco compõem o time de aliados de Temer e são cotados para assumir posições do primeiro escalão do governo Temer. Todos os investigados negam qualquer irregularidade.
Fonte: Congresso em Foco