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2016
BRASIL – CONFUSÃO: Bolsonaro diz que Eduardo Cunha entra para a História; saúda torturador Ustra e leva cusparada de Jean Wyllys
Da Redação
O deputado Jair Bolsonaro caminha para ser o Donald Trump à brasileira nas eleições de 2018. Num espaço de poucas horas, ele brigou com a revista proto-fascista Veja por causa da castração química e outros temas:
Matéria publicada hoje, datada de 20 de abril de 2016.
O respeito à liberdade de imprensa é fundamental para a democracia, mas os veículos sérios de comunicação devem ser mais prudentes para evitar o descrédito junto à opinião pública. Em função da forma pejorativa e preconceituosa com que fui tratado por VEJA, na edição desta semana, esclareço que:
- - Definir como “pouco expressivo” os 8% das intenções de voto a mim, para uma eleição presidencial, é ignorar a opinião de cerca de 12 milhões de brasileiros – uma tendenciosa análise.
— Sou radical, sim, na defesa de meus ideais e dos valores que acredito, e não contra pessoas ou quaisquer segmentos da sociedade.
- - Sou pai de uma menina de cinco anos e um intransigente defensor da família e da inocência das crianças em ambiente escolar, o que VEJA desconsidera.
— Tenho orgulho do Projeto de Lei n 5.398/2013, de minha autoria, que estabelece a “castração química” voluntária como condição para o condenado por estupro ser beneficiado com progressão de regime. Isso é defender a mulher!
- - A inspiração veio da legislação de países mais desenvolvidos, onde a reincidência de estupros caiu de 75% para cerca de 2%, segundo o jurista Alexandre Magno Fernandes Moreira, em seu livro “O “direito” do condenado à castração química”.
— Minha luta sempre foi contra o chamado “kit-gay” nas escolas, para crianças a partir dos seis anos. Um material didático que diz “combater a homofobia”, mas na realidade antecipa a sexualidade infantil. Qual pai ou mãe é favorável a essa insanidade, apoiada ou ignorada por VEJA?
— Requentar frases tiradas do calor dos debates, em especial quando da defesa da família e das crianças é colocar-se ao lado daqueles que as desprezam e objetivam manchar minha reputação.
- - Em 28 anos de vida pública jamais estive envolvido em corrupção e tenho muitas propostas para o Brasil, o que VEJA desconsidera. Continuo sendo alvo daqueles que não aceitam um militar concorrer ou despontar como presidenciável bem ranqueado em pesquisas eleitorais. Caso sigam a mesma linha da desinformação, imagino o que poderá ser publicado nas “Páginas Amarelas” da próxima semana, já que fui entrevistado para tal.
De forma respeitosa, democrática e ao lado da verdade,
JAIR BOLSONARO Deputado Federal – PSC/RJ
Mais tarde, ao votar no processo de impeachment, Bolsonaro disse que o nome do corrupto Eduardo Cunha merecia entrar para a História — e foi repreendido em sua página por apoiadores.
No mesmo voto, elogiou o torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra.
E tomou uma cusparada do deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), que justificou:
Depois de anunciar o meu voto NÃO ao golpe de estado de Cunha, Temer e a oposição de direita, o deputado fascista viúva da ditadura me insultou, gritando “veado”, “queima-rosca”, “boiola” e outras ofensas homofóbicas e tentou agarrar meu braço violentamente na saída. Eu reagi cuspindo no fascista. Não vou negar e nem me envergonhar disso.
É o mínimo que merece um deputado que “dedica” seu voto a favor do golpe ao torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra, ex-chefe do DOI-CODI do II Exército durante a ditadura militar. Não vou me calar e nem vou permitir que esse canalha fascista, machista, homofóbico e golpista me agrida ou me ameace.
Ele cospe diariamente nos direitos de lésbicas, gays, bissexuais e transexuais. Ele cospe diariamente na democracia. Ele usa a violência física contra seus colegas na Câmara, chamou uma deputada de vagabunda e ameaçou estuprá-la. Ele cospe o tempo todo nos direitos humanos, na liberdade e na dignidade de milhões de pessoas. Eu não saí do armário para o orgulho para ficar quieto ou com medo desse canalha.
Fonte: Viomundo.com