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2015
BRASIL – Milhares já marcham no Brasil preparando o dia 13 – Dia de Defender a Petrobras e a democracia
O mês de março está sendo marcado por dezenas de mobilizações em todo país, pela Reforma Agrária, por direitos dos trabalhados, pela reforma política e pelo fim da violência contra a mulher.
O calendário de luta do MST começou com a Jornada Nacional de Lutas das Mulheres Camponesas, entre os dias 4 a 9 de março, em que, até o momento, mais de 30 mil trabalhadoras e trabalhadores rurais dos movimentos sociais da Via Campesina realizaram mobilizações em 22 estados brasileiros.
Na sequência, os movimentos sociais do campo já emendaram as lutas com a Jornada Unitária do Campo, que acontece entre os dias 10 a 13 março, com ações em todo país denunciando o modelo do agronegócio e pela Reforma Agrária Popular, paralisada nos últimos anos.
Marchas, ocupações de terra e prédios públicos e trancamento de rodovias foram alguma das ações utilizadas pelos trabalhadores rurais para denunciarem o modelo do agronegócio no campo brasileiro e apresentarem a agroecologia como alternativa ao capital estrangeiro na agricultura.
Para Débora Nunes, da coordenação nacional do MST, a Jornada Unitária de Lutas do Campo é o momento de mostrar à sociedade que a Reforma Agrária Popular pode contribuir efetivamente para resolver problemas estruturais de toda a sociedade.
“O mês de março abriu o calendário organizativo de lutas do Movimento. Começamos com jornada das mulheres, e seguimos a partir do dia 10 com a Jornada Unitária de Lutas do Campo. Este ano também teremos o apoio de movimentos urbanos, além de sindicatos e parceiros que se mobilizarão pelos direitos dos trabalhadores e pela reforma política”, diz.
Segundo Débora, a Jornada se insere como ferramenta combativa diante da atual conjuntura política e social do campo brasileiro.
“O campo vive um momento delicado, com a estagnação da Reforma Agrária, a indicação de uma pessoa que historicamente afronta os interesses dos camponeses (a ministra da agricultura, Kátia Abreu) e o aporte do governo federal, que só no ano passado destinou R$ 130 bilhões ao setor do agronegócio. O latifúndio segue na concentração de terras, no avanço de territórios indígenas e quilombolas. Ações como essa mostram que o campo segue vivo na luta pela Reforma Agrária e pela garantia de Direitos”, afirma.
De acordo com a Sem Terra. as reformas, como a agrária, a política e a da comunicação são as mudanças estruturais necessárias para que o povo tenha representatividade política e institucional.
“Isso ficou ainda mais claro depois das últimas eleições que colocou o Congresso Nacional nas mãos das bancadas mais conservadora desde 1964. Por isso, dependemos da compreensão da classe trabalhadora em torno da unidade de um projeto popular para o Brasil, em torno daquilo que pode avançar para que as transformações sociais que o povo precisa sejam feitas”, disse.
Segundo ela, a Jornada está inclusa neste processo, e “a discussão de temas como a reforma política e o Plebiscito Popular pela Constituinte, por exemplo, faz com que as bandeiras levantadas pelo Movimento sejam apresentadas para toda sociedade como mote de luta popular e unitária”, observa.
(Blog do Luiz Müller)