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2015
BRASIL – Chorando: ‘’PP acabou’’, desabafa deputado investigado pelo STF
Investigado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) por suspeita de envolvimento em esquema de corrupção na Petrobras, o deputado federal Jerônimo Goergen (PP-RS) disse que o Partido Progressista “acabou”. “Sempre tive uma postura de enfrentar isso [corrupção]. Tenho que andar na rua e ver a sociedade me questionando sobre o que sempre preguei. Isso machuca, machuca a gente”, disse, chorando.
Ao lado de familiares e sem conseguir parar de chorar, Jerônimo Goergen foi lacônico: “Não há dúvida que o PP acabou”, afirmou. As suspeitas contra o deputado surgiram após depoimento do doleiro Alberto Youssef, que incluiu Goergen entre os deputados do PP que “com certeza” recebiam mesada do esquema.
“Não adianta dizer ‘vamos limpar, vamos mudar’. Se com o [caso de Paulo] Maluf era difícil mudar, imagina com tudo isso [Lava Jato]?”, diz Goergen, que chegou a pedir a expulsão de Maluf do partido quando era membro da juventude progressista.
Apesar de seis deputados do PP-RS constarem na lista de investigados pelo escândalo na Petrobras, para o deputado, o diretório estadual da sigla é diferente. “Do PP gaúcho podemos nos orgulhar”, disse Goergen, que deixou o diretório estadual do partido e afirmou que interpelará judicialmente Youssef para que ele prove seu envolvimento. O deputado diz que nunca conheceu o doleiro. “Não vejo razão para meu nome aparecer. Se ele cita, ele obrigatoriamente tem que ter provas. Quero saber para quem entregou o dinheiro e quem recebeu”, disse.
Em depoimento, Youssef disse que parlamentares do PP que recebiam valores mensais do esquema da Petrobras fiavam “vinculados” a votar com o governo. “O parlamentar não recebia por uma votação específica, mas os parlamentares que recebiam estes valores mensais ficavam vinculados a votar junto com a liderança, em favor do governo”, disse.
Ainda segundo Youssef, líderes do PP recebiam entre R$ 250 mil a R$ 500 mil por mês. Ele cita o deputado Nelson Meurer (PR) e os ex-parlamentares Mário Negromonte (BA), João Pizzolati (SC) e Pedro Corrêa (PE).
O doleiro diz ainda que, para o restante da bancada, era reservado cerca de R$ 1,5 milhão ao mês, dividido entre os deputados pelo líder da sigla.
De acordo com Youssef, deputados deveriam ter conhecimento da fonte ilícita dos recursos recebidos, uma vez que o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa era “voz corrente no partido”.
A Costa já foi oferecido um jantar com quase todos os integrantes da sigla presentes, relatou o doleiro
Fonte: Ceará Agora.