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2015
CEARÁ – Varjota: Açude Araras que hoje tem 8% de sua capacidade, poderá secar em 140 dias
A seca que castiga os estados do nordeste aumenta cada vez mais o temor do sertanejo. E não é pra menos, vivemos a maior escassez dos últimos 50 anos, e os problemas ocasionados por ela são cada vez maiores. O principal, e talvez maior problema, que assusta as populações habitantes do sertão é a escassez cada vez maior de água para o consumo humano e de animais e plantações, esse é um dos pontos mais críticos enfrentados pelos sertanejos.
A falta de água já dizimou milhares de nordestinos durante toda a história da ocupação desta terra, isso criou no imaginário popular a aversão coletiva ao fenômeno “seca”, aversão essa amplamente difundida na imprensa nacional e endossada por políticos locais, que tomam proveito deste fenômeno para se promover com a indústria da seca. Não é incomum vermos a representação do nordeste em jornais do sul e sudeste, mostrando o chão rachado e as caveiras de gado espalhadas pela caatinga, esse somatório de fatos faz com que pensemos nessa possibilidade com temor, visto que as consequências causadas pelo fenômeno são recorrentes.
O AÇUDE ARARAS…
O Açude Paulo Sarasate está construído sobre o leito do rio Acaraú, entre os municípios de Varjota, Pires Ferreira, Hidrolândia e Santa Quitéria e Ipu. Sua capacidade é de 891 milhões de metros cúbicos de água, o que o coloca como o quarto maior reservatório de água do Ceará. Hoje o açude se encontra com 8% de sua capacidade total, o que equivale a 74 milhões de metros cúbicos de água. Segundo dados da COGERH – Companhia de Gestão de Recursos Hídricos, o açude perde em média 0,05% de sua capacidade por dia, água essa utilizada prioritariamente para o abastecimento humano.
A diminuição média ocorre diariamente, desconsiderando outros fatores, o Açude Araras perderia toda a sua reserva de água em 140 dias, pouco mais de 4 meses. Portanto, matematicamente, se não chover absolutamente nada até julho de 2015, o gigante Araras secará completamente. Sorte nossa é que a probabilidade de não chover absolutamente nada até julho, segundo a FUNCEME é praticamente nula.
De qualquer forma, o nível atual do açude inspira muita preocupação, e o racionamento de água nos municípios que se utilizam do Araras já é uma dura realidade. O fato é que essa é uma possibilidade real, e, portanto, deve ser combatida mediamente por todos nós, partindo sempre da ideia de que a consciência é a melhor arma contra todas as catástrofes ambientais, se soubermos usar, não faltará água.