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2014
FORTALEZA – Assassinato de mulher causa revolta na população.
Um crime de morte, praticado após um estupro, provocou a revolta dos moradores do bairro Engenheiro Luciano Cavalcante, na manhã de ontem. Indignados com o fato, eles se armaram, promoveram uma caçada, invadiram vários imóveis e tentaram linchar um dos suspeitos. Na confusão, a população chegou a enfrentar a Polícia. Um dos moradores acabou sendo detido.
Moradores
O crime ocorrido nesta quinta feira(6) teve como vítima a jovem Clauduína Moura de Souza, 28. Segundo a Polícia, ela foi estuprada e assassinada na madrugada. O corpo foi encontrado em um terreno baldio, localizado na Rua Esmerinda Miranda. A Perícia comprovou sinais de violência sexual.
Logo que souberam do crime, moradores das comunidades próximas ao local, reconheceram os suspeitos como sendo funcionários de um lava-jato situado na Avenida Rogaciano Leite. No estabelecimento, eles pegaram Marcos Alexandre Gomes dos Santos, que foi agredido a socos, pontapés e pedradas. Populares chamaram os policiais militares do Ronda do Quarteirão. “As pessoas viram a gente chegando e partiram pra cima deles de novo. A gente não podia deixar ocorrer o linchamento e impedimos”, relatou o policial militar.
Os PMs do Ronda do Quarteirão solicitaram reforço. Em poucos minutos, policiais do Comando Tático Motorizado (Cotam) chegaram e controlaram a situação, principalmente porque os revoltados estavam praticando vandalismo.
Os populares tentaram destruir o estabelecimento onde os acusados trabalham. Em, seguida, derrubaram o portão do motel, que fica ao lado do lava-jato, com a justificativa de que o segundo suspeito teria invadido o local. As buscas realizadas pelos policiais militares mostrou que o suspeito não estava lá. Um conhecido da vítima foi detido por desacato.
Presos
Marcos Alexandre Gomes dos Santos por muito pouco não foi linchado. Ele foi logo encaminhado ao 13º DP (Cidade dos Funcionários). O colega dele, José Sandoval Pinheiro Brito, foi localizado merendando em uma loja de conveniência de um posto de combustíveis, na Avenida santos Dumont, na Aldeota.
Os suspeitos foram ouvidos pelo titular do 13ºDP, Bruno de Figueiredo Filho. Eles confessaram os crimes, mas um ficou jogado a responsabilidade para o outro, segundo informou o delegado. Um deles tinha mandado de prisão em aberto.
Terceiro suspeito confessa o crime
Na tarde do mesmo dia, uma terceira pessoa suspeita de participar do crime foi capturada e levada ao 13ºDP. Luís Henrique da Silva Carvalho 22, confessou ter atraído a vitima até o matagal, onde ela foi assassinada, e disse ter recebido R$ 50,00 para isto.
De acordo com o soldado Jorge Firmino, da 2ªCia do 16ºBPM (Tancredo Neves), Luís Henrique era vizinho da vítima e ela teria confiado nele. “Ele sabia que iria levá-la para a morte. Disse na delegacia que ela devia drogas às pessoas que causaram sua morte. Isso ainda está sendo investigado”, declarou.
A Polícia foi acionada pela própria mãe do suspeito, que disse temer pela vida do filho diante da comoção popular, no Conjunto Pindorama, no bairro Luciano Cavalcante, onde Clauduína e Luís Henrique moravam. Quando a patrulha da PM chegou à residência, encontrou peças de roupas do rapaz sujas de sangue.
Confessa
“Eu só levei ela para lá e segurei para eles baterem”, afirmou Luís Henrique Carvalho. A versão dele, no entanto não convenceu o delegado Bruno Figueiredo, que considerou que ele teve participação direta no caso e o autuou por homicídio e estupro. Há ainda a possibilidade de que o rapaz tenha sido o autor do homicídio.
Ele afirmou que já sofreu uma tentativa de homicídio, porque Clauduína teria dado informações de seu paradeiro a um inimigo. As investigações deverão individualizar a participação dos três homens presos.
FERNANDO BARBOSA|Diário do Nordeste