CEARÁ – Casal de médicos tem filhos gerado pela mãe de um deles.

Postado por Bené Fernandes    Sem Comentários

Os médicos Luan Victor Lima e Bruno Pinheiro vivem um sonho: a paternidade. Na última quinta-feira (7), nasceu o pequeno Levi, que foi gestado na barriga da mãe de Luan, Nágela Almeida, que tem 57 anos de idade.

“A chegada do Levi foi muito esperada e emocionante. O melhor dia das nossas vidas. Levi nasceu super saudável. Cuidar do Levi está sendo maravilhoso, é muito especial. É nosso grande sonho, cada momento com ele é muito incrível”, relata Luan.

Em meio a felicidade, o casal foi vítima de preconceito e discriminação. “Nossa família foi atacada das piores formas, com comentários homofóbicos e opiniões sem fundamentos. Levi e tantas outras crianças criadas por dois pais ou duas mães precisam ser respeitadas”, afirma Luan.

De acordo com o Supremo Tribunal Federal (STF), a homofobia é crime. A Corte decidiu que a discriminação por orientação sexual e identidade de gênero é equivalente ao crime de racismo, até que o Congresso Nacional aprove uma legislação específica sobre o assunto.

👶 FERTILIZAÇÃO

Os dois médicos se conheceram no Hospital São José (HSJ), unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), na época da residência médica em Infectologia, em 2019. Segundo o HSJ, Nágela sempre soube do desejo de Luan de ser pai e também sempre sonhou em ser avó.

Para a fertilização in vitro, Luan e Bruno buscaram o óvulo de uma doadora anônima e usaram seus espermatozóides. O embrião foi gerado em laboratório e, posteriormente, transferido para o útero de Nágela.

Nágila realizou inúmeros exames e consultas com ginecologista, cardiologista, endocrinologista e psiquiatra, entre outros especialistas.

📌 BARRIGA SOLIDÁRIA

As regras para Cessão Temporária de Útero no Brasil estão descritas na Resolução de número 2168/2017 do Conselho Federal de Medicina. Entre as normas previstas no documento, estão a de que “a doação não poderá ter caráter lucrativo ou comercial” e a de que “a cedente temporária do útero deve pertencer à família de um dos parceiros em parentesco consanguíneo até o quarto grau”.

(Foto: Arquivo Pessoal)

Fonte: Jornal Jangadeiro