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2022
CEARÁ – Três internos do sistema prisional estão com suspeita de Monkeypox no Ceará. O Estado tem 47 casos confirmados.
Três internos do sistema penitenciário cearense estão com suspeita de Monkeypox. Conforme O POVO apurou, três homens com sintomas da doença já foram isolados e a investigação dos casos está em curso. As Secretarias da Saúde do Ceará (Sesa) e da Administração Penitenciária (SAP) confirmaram que há casos suspeitos.
Os internos cumprem pena na Unidade Prisional Professor Olavo Oliveira II (UPPOO II), localizado no município de Itaitinga, na Região Metropolitana de Fortaleza. As pastas informaram que as visitas familiares e os atendimentos jurídicos foram suspensos por 21 dias, prazo de isolamento dos detentos suspeitos, como medida preventiva.
A SAP comunicou a Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde (Sevig) da Sesa, que orientou sobre a necessidade de coleta de amostras para exame laboratorial, que já está sendo realizado pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen). Conforme nota conjunta enviada pelas pastas, os internos na UPPOO II que compartilhavam cela com os suspeitos seguem em observação, visto que não apresentam sintomas da doença.
Nesta quinta-feira, 25, ocorreu reunião com a vigilância epidemiológica da Sesa, Lacen, corpo de Saúde da SAP, coordenação do sistema prisional e juízes das Varas de Execuções Penais. No encontro, foi deliberada a suspensão das visitas.
O Ceará tem 47 casos confirmados da Monkeypox e outros 208 ainda seguem em investigação, conforme atualização divulgada nessa quarta-feira, 25, pela Sesa. Todos os pacientes são do sexo masculino e têm idades entre 18 e 49 anos.
Superlotação
Conforme dados disponibilizados no site da Secretaria da Administração Penitenciária, o quantitativo de internos no UPPOO II é de 1.881 internos do sexo masculino. Dados se referem ao período de 1 a 31 de julho, com base no Núcleo de Informações Penitenciárias – NIP, que utiliza informações repassadas pelas Unidades Prisionais.
Contudo, a capacidade da unidade é de 1.224 internos, conforme tabela disponibilizada no mesmo site. A superlotação e as condições estruturais de uma população são fatores de preocupação no que se refere à transmissão de doenças infecciosas.
Segundo um ex-diretor da unidade, a unidade foi projetada inicialmente para 496 internos. “Depois fizeram Camas de cimento sobrepostas e dizem que ampliaram as vagas. Mas é uma ampliação que não contempla a estrutura da unidade em nada. Está com 4x mais a capacidade original praticamente”, avaliou.
Fonte: O POVO.