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2021
BRASIL – Efeitos da pandemia: 75 mil lojas fecharam em 2020.
O ano de 2020 foi, sem dúvidas, o mais desafiador para a saúde e economia devido à crise causada pela pandemia do novo coronavírus iniciada, com mais força, em março.
Com o Brasil vivenciando uma segunda onda da Covid-19, neste ano, em meio às novas variantes do vírus, alguns setores econômicos ainda sentem os efeitos da pandemia no ano passado e põe sua confiança de recuperação apenas com a imunização em massa da população.
No caso do comércio varejista, o novo levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) aponta que mais de 75 mil lojas fecharam as portas no Brasil no primeiro ano da pandemia de covid-19. O dado é resultado do saldo entre abertura e fechamento de estabelecimentos com vínculos empregatícios do comércio varejista brasileiro.
De acordo com a CNC, esta retração de 2020 é a maior do setor desde 2016, quando foram fechados 105,3 mil estabelecimentos sob os efeitos da maior recessão da história recente do País.
Na avaliação do presidente da CNC, José Roberto Tadros, a queda das vendas no varejo, no ano passado (-1,5%), foi menor que a esperada para um momento tão crítico. “As perdas do setor varejista foram sentidas logo em março, mas, a partir de maio, foi possível começar a reverter a situação, graças à rápida reação do mercado. Contribuíram fatores como o fortalecimento do comércio eletrônico e o benefício do auxílio emergencial, permitindo que o brasileiro pudesse manter algum nível de consumo. O desafio será ver o comportamento deste ano, com o programa de imunização ainda em andamento”, ponderou.
O nível de ocupação no setor também foi impactado pela crise e 25,7 mil vagas formais foram perdidas. A CNC aponta que se trata da primeira queda anual desde 2016 (-176,1 mil), no entanto, mesmo negativo, o saldo de 2020 não reverteu completamente a quantidade de vagas geradas nos três anos anteriores.
Vestuários
O ramo que mais perdeu unidades foi o de vestuário, calçados e acessórios (-22,29 mil unidades). Na sequência, aparecem hiper, super e minimercados (-14,38 mil) e lojas de utilidades domésticas e eletroeletrônicos (-13,31 mil).
Para Fabio Bentes, economista da CNC responsável pelo estudo, as pesquisas recentes têm mostrado que, mesmo com o avanço do e-commerce, ainda há uma grande dependência do consumo presencial no setor: “As incertezas em relação à retomada do ritmo econômico, sobretudo diante da necessidade de isolamento da população, vão influenciar fortemente as projeções para 2021”.
Cenários
O cenário incerto fez a CNC fazer três projeções distintas para o comércio neste ano, associando o nível de isolamento social da população à evolução das vendas no varejo ampliado e à recuperação do saldo de lojas.
No cenário básico, a Confederação prevê a redução de cinco pontos percentuais no índice de isolamento social da população até o fim de 2021, em relação a dezembro de 2019. Neste caso, as vendas avançariam 5,9%, em comparação com 2020, e o setor seria capaz de reabrir 16,7 mil novos pontos de venda este ano.
Em um cenário alternativo mais otimista, no qual o isolamento social retornaria aos níveis pré-pandemia, o volume de vendas cresceria 8,7% e 29,8 mil estabelecimentos seriam abertos ao longo do ano. Em quadro mais pessimista, o ano fecharia em 9,1 mil novas unidades.
Fonte: Jornal O ESTADO. CE