30
2020
BRASIL – PRISÕES: PF mira magistrados suspeitos de vender sentenças em Goiás.
A Polícia Federal cumpriu na manhã desta terça-feira (30) oito mandados de busca e apreensão em endereços de empresários, advogados e magistrados do TJ-GO (Tribunal de Justiça de Goiás) suspeitos de envolvimento em esquema de venda de sentenças judiciais.
A Procuradoria da República em Goiás informou que os policiais federais também recolheram documentos em uma empresa ligada aos envolvidos. Dois desembargadores e um juiz estão entre os alvos da operação.
A investigação corre em segredo de Justiça. Os nomes dos envolvidos não foram divulgados.
As ordens judiciais foram determinadas pelo ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Mauro Campbell.
A operação desta terça-feira, conforme a assessoria de comunicação social da PGR (Procuradoria-Geral da República), é um desdobramento da operação Máfia das Falências, que havia sido iniciada em primeira instância.
A descoberta de indícios de participação de magistrados com prerrogativa de foro no STJ fez com que as investigações passassem a ser conduzidas pela PGR.
Há indícios de crimes de corrupção, tráfico de influência, exploração de prestígio, advocacia administrativa e lavagem de dinheiro.
Os dois desembargadores e um juiz do TJ-GO são investigados por suspeita de participação de organização criminosa envolvida com a venda de decisões judiciais em processos de recuperação judicial de empresas.
A PGR comunicou que, na petição enviada ao STJ, a subprocuradora-geral da República Lindora Araujo descreve dois fatos criminosos.
Um deles estaria relacionado à tentativa de nomeação de administrador específico para atuar no processo de recuperação judicial de uma usina de álcool para a obtenção de lucros.
Outro possível crime envolve o pagamento de R$ 800 mil a um desembargador para que fosse autorizado o retorno de investigado ao cargo de administrador judicial da usina.
Durante o cumprimento dos mandados judiciais, foram apreendidos documentos e aparelhos de celulares que estavam em poder dos investigados.
Fonte: Folha de São Paulo.