A vitória do candidato do PPS, Tiago Ribeiro, na disputa da Eleição Suplementar em Cascavel, pode representar uma ponta de esperança, após um dia de votação marcado pelo descrédito das pessoas em relação à política do Município. Tiago foi eleito com 16.558 votos, ou 41,8% dos válidos, após a totalização da Justiça Eleitoral. Ficou em segundo lugar, a candidata Paulinha Dantas (PTB) com 12.441 sufrágios.
O candidato eleito, que mais cedo havia reconhecido a desconfiança do eleitorado, disse que pretende priorizar o atendimento de Saúde e a redução do desemprego. “Eu preciso começar um trabalho para que a nossa cidade possa ser melhor no futuro”, declarou após a confirmação da vitória de ontem.
Tiago deve ser empossado pela Câmara Municipal até o dia 15 de maio, após a diplomação a ser feita pela Justiça Eleitoral até sexta-feira desta semana.
Movimentação
Ao longo da manhã, a votação dos três candidatos foi tranquila. Logo cedo, o clima era de desconfiança pelas ruas, não havia o movimento comum em dia de eleição. E as circunstâncias explicavam: a ex-prefeita Ivonete (PDT) foi condenada pela Justiça Eleitoral por abuso de poder político em razão da contratação de servidores temporários e comissionados no período pré-eleitoral.
“Deve ser a menor presença de todas”, disse um fiscal de zona eleitoral no município. Em uma conversa entre dois homens, um diz ao outro que à tarde, seria maior a presença, ao que o colega respondeu: “a maior presença é em hora nenhuma”.
O candidato que depois viria a ser eleito, Tiago Ribeiro (PPS), chegava para votar reconhecendo a descrença. “O descrédito da política parte de promessas inexecutáveis”, disse ele, que é de família política, o pai é o ex-prefeito e ex-deputado estadual Tino Ribeiro. Tiago circulou pela cidade, durante todo o dia, acompanhado de aliados, entre eles, o deputado estadual Bruno Gonçalves (PR).
Solidão
Paulinha Dantas (PTB), a segunda colocada, em outro local de votação, chegou sozinha, cumprimentando eleitores. O sentimento, diz ela, é uma mistura de desconfiança e esperança em relação ao próximo chefe do Executivo. “Estamos em um novo momento propício a uma mensagem de esperança”, disse ela, antes do desfecho.
Zé de Lima (PV), o terceiro colocado, foi o único que não quis conversar com a reportagem no momento da votação. Ele só falaria após a apuração – nem foi necessário.
Além do desalento com a política, a baixa mobilização foi, de acordo com moradores, fruto das próprias escolhas dos candidatos, que evitaram ações ostensivas nas ruas. “Eles reduziram o custo com divulgação. Sem propaganda televisiva, sem carreatas e até sem bandeiras. Foi um acordo”, explicou a juíza eleitoral Leopoldina Fernandes.
No vai e vem de eleitores, entretanto, alguns demonstraram alguma expectativa, que precisa ser atendida a partir de hoje, sob novos ares. Taina de Lima, costureira, quer do próximo governante, emprego. E, na sequência, Saúde e Educação, que estão em dificuldade no Município.
Fonte: Diário do Nordeste.