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2025
SOBRAL – POLÊMICA: Aluno envia NUDES para professora e família culpa a vítima por Ela “ser bonita demais”.
No Estado de São Paulo, uma professora foi vítima de assédio por parte de um aluno de 14 anos no ensino fundamental. Ele respondeu a um vídeo de treino da vítima enviando uma foto íntima. A professora informou ao corpo pedagógico da Escola que adotou as medidas corretas, convocando o estudante e sua mãe para uma conversa sobre respeito e ética no ambiente digital. No entanto, o que deveria ser um momento de conscientização e responsabilização se transformou em mais um episódio de injustiça: em vez de repreender o filho, a mãe culpou a professora, afirmando que seus vídeos “instigavam o desejo dos alunos” e que ela era “muito bonita pra ser professora”.
A identidade da professora, do aluno, da mãe e da escola não pode ser revelada devido às normas do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), mas o impacto desse caso precisa ser debatido. Mais uma vez, vemos a triste realidade da culpabilização da vítima e a perpetuação da cultura do assédio. Não havia nada de inadequado nos vídeos da professora, nenhum comportamento provocativo. Mas, para essa mãe, bastava ser mulher para ser responsabilizada.
Esse episódio reflete um problema estrutural grave: a normalização do assédio e a transferência da culpa para quem sofre a violência. O que essa criança aprendeu com a atitude da mãe? Que pode desrespeitar uma mulher sem consequências? Que sua ação não foi errada, mas sim “provocada” pela vítima? Se não ensinarmos desde cedo que o erro está no agressor, estaremos perpetuando um ciclo de impunidade e opressão.
O respeito NÃO é opcional. A ética NÃO é negociável. A escola fez sua parte, mas e a família? E a sociedade? Se não houver um posicionamento firme contra esse tipo de pensamento, estaremos formando uma geração que acredita que o problema nunca está em quem assedia, mas em quem é assediado.
Até quando vamos permitir que vítimas sejam culpadas pela violência que sofrem?
Fonte: Portal Professor Fábio flores.