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2022
CEARÁ – Depois de Paris, a praia: o refúgio de Ciro Gomes após o primeiro turno
Duas semanas depois do primeiro turno da corrida presidencial, Ciro Gomes segue quieto e sumido. Não foi para Paris, como fez em 2018, mas também não ficou recluso em seu apartamento em Fortaleza, como vinham dizendo várias pessoas próximas a ele.
À coluna, um aliado próximo do pedetista confidenciou que, passadas as eleições, ele viajou com a família para uma casa de praia afastada do burburinho, no litoral do Ceará, para passar alguns dias.
No prédio onde mora, na Praia de Iracema, em Fortaleza, o ex-presidenciável já não é visto há algum tempo. Ciro também desapareceu das redes sociais. Sua última postagem foi no dia 12 de outubro, no feriado de Nossa Senhora Aparecida. Antes, publicou apenas o vídeo no qual disse que acompanharia o PDT no apoio à candidatura de Lula, sem citar o nome do petista. Giselle Bezerra, mulher dele, também anda sumida das plataformas digitais. No Instagram, ela não tem publicado desde 2 de outubro.
Ter sido ultrapassado na corrida eleitoral pela senadora Simone Tebet, ficando em quarto colocado, com apenas 3% dos votos válidos, incomodou Ciro. Entretanto, aliados afirma que a sua maior chateação foi a derrota no Ceará, algo que não havia ocorrido nos outros anos em que disputou a Presidência da República.
Em um encontro com integrantes do PDT após o primeiro turno, Ciro comentou que um político precisa ter base eleitoral. Em 1998, 2002 e 2018, quando também disputou a cadeira presidencial, ele perdeu nacionalmente, mas ganhou em seu estado-natal, à diferença do que ocorreu desta vez.
A pessoas próximas, logo após sair o resultado das urnas, Ciro atribuiu a derrota no Ceará ao racha em sua tradicional aliança no estado – ele chegou a romper com os irmãos Cid Gomes e Ivo Gomes. Contra sua vontade, vários aliados preferiram o candidato vitorioso ao governo, Elmano de Freitas, do PT, a Roberto Cláudio, do PDT.
Com as poucas pessoas com quem conversa, Ciro não tem falado sobre política. Por telefone, fala sobre assuntos triviais, e diz que está bem. Os amigos também evitam forçar, e dizem esperar que a “ferida” da derrota comece a cicatrizar. No PDT, há um movimento para que ele faça acenos mais claros de apoio a Lula daqui até 30 de outubro, data do segundo turno das eleições.
Coluna do Rodrigo Rangel/Metrópoles.