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2022
BRASIL – Bolsonaro corta Farmácia Popular em 59% para aumentar verba de orçamento secreto
Dani Alvarenga – O governo Bolsonaro cortou em 59% o orçamento do Farmácia Popular para 2023. O programa disponibiliza medicamentos gratuitos para mais de 21 milhões de brasileiros. A redução foi realizada para aumentar a verba do orçamento secreto. O valor para o atendimento de saúde da população indígena também foi diminuído em 59%.
O Farmácia Popular é destinado a disponibilizar medicamentos de asma, diabetes e hipertensão. Outros programas voltados para educação e formação em saúde também sofreram cortes em 56%. Já projetos que financiam residência médica e multiprofissional em saúde, e de formação para atenção primária, como programas Mais Médicos e Médicos pelo Brasil, foram reduzidos em 51%.
Já as emendas para relatores no orçamento da saúde em 2023 aumentaram em 22%. O levantamento foi feito pelo assessor legislativo do Senado, Bruno Moretti. A informação é de que verba para a pauta em 2023 já havia sido capturada pelo orçamento secreto, o qual foi criado em 2019 e implementado em 2020, durante o governo Bolsonaro.
As chamadas emendas de relator permitem que parlamentares destinem verbas sem que haja qualquer transparência sobre para onde esses recursos serão destinados e sobre o valor do montante. Assim, a prática facilita casos de corrupção no governo brasileiro.
Em entrevista ao Estadão, o professor da Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Adriano Massuda, afirmou que a proposta é uma “economia burra”. De acordo com ele, o programa Farmácia Popular é uma forma de tratamento de prevenção, assim o governo diminui gastos com internações causadas pelas doenças. Assim, o corte de verbas representaria um aumento nas despesas no orçamento da saúde.
Massuda também avalia que a falta de financiamento de políticas públicas afetará a economia, uma vez que o brasileiro está gastando mais com medicamentos e em serviços que, até então, eram disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Assim, a população perde no poder de compra, seja para alimentos, lazer e outros gastos importantes para o desenvolvimento do país.
Fonte: Jornal do Brasil.