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2022

BRASIL – BANDIDAGEM!! Empresários bolsonaristas espalham fake news contra Dom e Bruno e atacam gays, jornalistas e TV Globo; leia zaps

Empresários bolsonaristas do grupo de WhatsApp em que foi defendido um golpe de Estado em caso de vitória de Lula também legitimam a disseminação de desinformação como uma arma a ser usada na disputa política. Ao longo dos meses em que a coluna acompanhou as conversas no grupo, foram espalhadas fake news sobre o indigenista e servidor público Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips, as vacinas e contra as urnas eletrônicas, entre outros temas.

Pautados pela lógica da guerra, em que instituições e princípios democráticos são vistos como inimigos, empresários por trás de marcas como Havan, Mormaii, Valeshop, Dalçoquio, entre outros, espalharam mensagens de homofobia, preconceito contra quem trabalha com pessoas em situação de rua e ódio a jornalistas e a veículos da imprensa.

A disseminação de fake news é, para alguns, parte do método usado para apoiar Bolsonaro. O empresário Marco Aurélio Raymundo, o Morongo, dono das lojas de surfwear Mormaii, disse no grupo que “guerra de informação é uma das armas mais poderosas”. Ele afirma com frequência que há uma confronto em curso no país contra os adversários do presidente. “Em todas as guerras [as fake news] são de importância estratégica!!!! Eles usam direto. Nós apenas estamos olhando”, escreveu.

Morongo foi repreendido por um jornalista que está no grupo e volta e meia faz ponderações aos mais radicais. O dono da Mormaii saiu-se com uma defesa enfática da legitimidade de espalhar desinformação. “Se não precisar mentiras… ótimo!!!! Mas se precisar para vencer a guerra é aceitável. Muito pior é perder a guerra!!!! Esta mídia e políticos em geral são todos mentirosos profissionais! O Bolsonaro é o esteio da verdade… Isso é indiscutível e muito nobre. Mas os soldados rasos não precisam ou não podem ter a mesma nobreza exatamente porque estão lutando corpo a corpo. Dedo no olho, pontapé no saco. Também não apoio eticamente a mentira. Óbvio. Mas não posso no momento condenar quem usa de todas as armas para lutar contra um mal muito, muito. Muito maior!!! É GUERRA!!!!”, esbravejou.

Uma das mentiras compartilhadas no grupo tratava do desaparecimento de Bruno Pereira e Dom Phillips, assassinados no Vale do Javari, na Amazônia. Marconi Souza, dono da Valeshop, empresa de cartões de benefícios para empresas, compartilhou, no dia 13 de junho, um texto que culpava a dupla por não ter autorização da Funai para transitar na região. “O inglês Dom Philips… este aí tem uma outra história, que é a ponta de um iceberg que a esquerda mundial, o PT, PSOL e a mídia farão de tudo para desviar a atenção, pois foi um tiro no pé, tal qual o caso Marielle”, dizia o texto, que Marconi Souza encaminhou admitindo não saber se era verdade.

O tom conspiratório prosseguia na mensagem: “Ele [Phillips] fazia uma reportagem, sem autorização legal da Funai, Ibama e sem o conhecimento do governo estadual e federal em reservas indígenas. Ele trabalha para uma ‘Fundação Internacional de Jornalistas Engajado’, chamada Fundação Alicia Patterson. Procurem no site. Buscando quem financia estas reportagens, que oferece bolsas, etc… eis que encontrei.. ele mesmo Bill Gates e outros gigantes que querem controlar a mídia e o mundo”. Em reposta ao texto, Morongo, da Mormaii, debochou: “karma existe…”.

Outra adversária recorrente do grupo é a TV Globo. O ex-piloto Nelson Piquet, motorista de Jair Bolsonaro no Sete de Setembro do ano passado, compartilhou, no dia 20 de junho, um texto defendendo que “os transmissores da Globo precisam ser lacrados urgentemente em todo o Brasil”. “A guerra ao presidente do Brasil já não é mais velada, tornou-se escancarada e desproporcional, levando a uma inversão de papéis que atenta contra a democracia”, dizia a mensagem compartilhada por ele e tarjada pelo WhatsApp com o selo “Encaminhada com frequência”. Piquet também já havia compartilhado no grupo o vídeo com ataques ao STF que geraram a prisão do autor.

No geral, liberdade de imprensa é um princípio pouco caro ao grupo. Emílio Dalçoquio, dono da transportadora Dalçoquio, a maior de Santa Catarina e que ostenta uma frota de centenas de caminhões, escreveu, em 25 de maio, contra a jornalista Monica Bergamo, da Folha de S.Paulo: “Nojenta, como todo apoiador de bandidos vítimas da sociedade. (…) Hipócrita traidora”. O empreiteiro Meyer Nigri, dono da Tecnisa e bolsonarista que gosta de influir em nomeações no governo, acompanhou Dalçoquio nas ofensas à colunista. “Ela é uma fdp!”, disse. O usineiro José Pessoa arrematou a conversa: “essa feladaputa (sic) iria festejar se tivesse policiais mortos!!!! Bandida!!!!”.

Veja muito mais acessando a Coluna do Guilherme Amado/Metropoles, click AQUI

Fonte: Metrópoles. 

About the Author: Bené Fernandes

Radialista com mais de 25 anos de militância em Sobral(CE), e agora Jornalista Profissional, sob o Registro- 01657 MTb - datado de 23/12/2004. Trabalho atualmente na Rádio Paraíso FM-101,1 Mhz, onde apresento o Programa HORA DA NOTÍCIA - no horário de 11hs ás 13 horas. Nas tardes da Paraíso FM levo alegria de descontração no Programa FORRONEJO de 15hs ás 17 horas. Se ligue com a gente e venha curtir o melhor da informação e do entretenimento musical.

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