Qual foi a primeira coisa que fez o presidente Jair Bolsonaro ao desembarcar em Roma para a reunião dos chefes de Estado das 20 maiores economias do mundo?
Visitou o Coliseu? O Fórum Romano? O Panteão? A Fontana de Trevi, perto do monumental palácio sede da embaixada do Brasil na Piazza Navona? A Basílica de São Pedro e a Capela Sistina?
Não. Entrou numa loja para comprar uma peça de salame. Ele gosta muito de salame, não só de doces. Como também de uma fatia de pizza como a que comeu numa calçada de Nova Iorque.
De trabalhar não gosta tanto. E sente-se pouco à vontade em encontros com líderes estrangeiros. Foi à reunião em Roma para não ter que ir à Conferência da ONU sobre o Clima, na Escócia.
Em jato como o que ele usa, não é tão grande assim a distância entre Roma e Glasgow, uma cidade portuária no rio Clyde, nas Terras Baixas ocidentais da Escócia. Acontece que…
Na conferência sobre o clima, ele certamente iria amargar de corpo presente mais um vexame. Seu governo não tem o que mostrar de positivo em matéria de preservação do meio ambiente.
A conferência servirá para estabelecer metas de redução da emissão de gases do efeito estufa fixadas no Acordo de Paris, há 6 anos. Bolsonaro está pouco ou nada preocupado com isso.
Aqui, o desmatamento ilegal responde por 44% das emissões de gases. O Brasil está entre os 6 países mais poluentes. A devastação da Amazônia cresceu nos 3 anos de (des)governo de Bolsonaro.
Para Glasgow, Bolsonaro mandou uma comitiva chefiada pelo ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, que sucedeu a Ricardo Salles, demitido por se envolver com contrabando de madeira.
O general Hamilton Mourão, vice-presidente da República, pediu a Bolsonaro para chefiar a comitiva uma vez que comanda o Conselho Nacional da Amazônia. Ouviu um não como resposta.
O Brasil levará a segunda maior delegação para a conferência, só menor que a dos Estados Unidos, chefiada pelo presidente Joe Biden. Bolsonaro quer distância de Biden, que quer distância dele.