BRASÍLIA — Cerca de mil pessoas usaram a identidade de pessoas mortas para furar a fila de vacinação contra a covid-19. O número foi levantado por técnicos da Controladoria-Geral da União (CGU) em um cruzamento entre o Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SIPNI) e outros banco de dados.
A análise, segundo informações da CGU, identificou no total cerca 50 mil inconsistências, o que equivale 0,5% do total de 10 milhões de doses aplicadas até o dia 10 de março.
Além do uso de dados de mortos, o órgão também constatou indícios de fraudes com pessoas abaixo de 60 anos e, portanto, fora dos grupos prioritários, além de outras que se imunizaram se passando por profissionais de saúde. Também foram detectadas situações em que uma pessoa tomou três ou mais doses da vacina. Os imunizantes disponíveis são de no máximo duas doses.
Por enquanto, os casos são tratados como suspeitos e nenhuma medida será tomada imediatamente. Mas pessoas flagradas nas fraudes podem ser punida administrativamente e judicialmente.
A CGU deve iniciar nos próximos dias uma campanha de conscientização para evitar outros casos de “fura-fila” com a chegada das novas doses dos imunizantes. O objetivo é alertar a população que a fiscalização está sendo feita.
Até abril, o governo Bolsonaro promete disponibilizar 97 milhões de doses de diferentes farmacêuticas. O ministro Eduardo Pazuello, que está de saída do comando da Saúde, anunciou 562 milhões de doses de vacinas em 2021.
Fonte: O GLOBO.