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2021
BRASIL – TRISTE: Bolsonaro sugere que lockdown leve a invasão de supermercado
Um dia após ensaiar um tom mais moderado, usando máscara e fazendo uma defesa mais amena de procedimentos ineficazes, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a atacar governadores que estão adotando medidas restritivas para tentar conter a disseminação do novo coronavírus. Em audiência virtual com pequenos e micro empresários, ao lado do ministro Paulo Guedes (Economia), nesta quinta-feira (11), o presidente disse que “lockdown não é remédio” e que governadores que restringem serviços em seus estados estão encampando uma luta pelo poder.
“Até quando nós podemos aguentar esta irresponsabilidade do lockdown? Estou preocupado com vida, sim “, questionou Bolsonaro. “Até quando nossa economia vai resistir? Que se colapsar, vai ser uma desgraça. Que que poderemos ter brevemente? Invasão a supermercado, fogo em ônibus, greves, piquetes, paralisações. Onde vamos chegar?”
Em 25 de março do ano passado, ao falar com jornalistas e criticar ações tomadas por governadores, Bolsonaro mencionou pela primeira vez o risco de saques a supermercados, o que não aconteceu até um ano depois. “O caos está aí. Detalhe: se tivermos problemas, que poderemos ter, os mais variados no Brasil, como saques a supermercados, entre outras coisas, o vírus continuará entre nós também”, afirmou na época.
Medidas
Ele citou dois governadores que adotaram medidas do tipo –seu às vezes aliado Ibaneis Rocha (MDB-DF) e seu adversário declarado João Doria (PSDB-SP). “Nós aqui buscamos salvar empregos e, na ponta da linha, um ou outro, como o de São Paulo, por exemplo, vai para a destruição”, afirmou Bolsonaro, logo após Doria anunciar uma “fase emergencial” mais dura de seu plano de combate à pandemia.
O presidente se queixou das medidas de restrição “até para cancelar o futebol”, novamente aludindo a medidas anunciadas por Doria. “Ficamos praticamente um ano em lockdown. E começamos este ano, como estamos vendo em alguns estados no Brasil, novas medidas seriamente restritivas. Até para cancelar o futebol”, disse Bolsonaro.
Fonte: O Estado ce