5
2020
BRASIL – Mais seis mulheres denunciam ginecologista preso por abuso sexual.
Um mês após o ginecologista José Adagmar Pereira de Moraes, de 41 anos, ser preso suspeito de abusar sexualmente de suas pacientes, sobe para 16 o número de mulheres que prestaram queixa contra o médico. Desde a prisão dele, há um mês, em 5 de outubro, outras seis mulheres procuraram a DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) de Suzano, responsável pelas investigações do caso.
A veiculação do caso na imprensa motivou a denúncia das vítimas. Os últimos depoimentos foram cedidos por duas vítimas, um na quarta-feira (4) e outro na quinta-feira (5).
Até o momento, o Moraes é suspeito de ter abusado sexualmente de, pelo menos, 11 mulheres em São Paulo, e outras cinco no estado do Pernambuco.
As investigações começaram em setembro deste ano, quando uma paciente de 23 anos registrou formalmente os abusos que sofreu após uma consulta na zona leste de São Paulo.
A denúncia só ganhou força após o depoimento de uma segunda vítima, de 19 anos, que procurou a DDM de Suzano. O relato da jovem motivou o pedido de prisão preventiva de Moraes.
Em seu depoimento, ela relatou que contou ao médico alguns sintomas que tinha, durante a consulta. Ele, em resposta, disse que seu problema não era físico, mas psicológico. O ginecologista sugeriu que a jovem tivesse mais relações sexuais, inclusive com outros parceiros.
Após a sugestão, ele começou a tocá-la de forma inapropriada e abusiva. A ação do médico deixou a jovem completamente abalada e a motivou a prestar queixa na DDM.
Durante a elaboração do boletim de ocorrência, a polícia pesquisou o nome de José e detectou que outras cinco vítimas haviam registrado queixa contra ele, no estado de Pernambuco.
Segundo a delegada Silmara Marcelino, da DDM de Suzano, os boletins de ocorrência de São Paulo foram registrados como violação sexual mediante a fraude, de acordo com o artigo 215 do Código Penal.
A princípio, Silmara pediu à Justiça de São Paulo a prisão temporária do médico por 30 dias. Porém, o juiz entendeu que, neste caso, caberia a prisão preventiva, cuja detenção é por tempo indeterminado.
Com o mandado em mãos, a polícia foi até a clínica em que o médico trabalhava e o prendeu em 5 de outubro. Segundo a delegada, o ginecologista tinha registro profissional regular no Conselho Regional de Medicina.
Em nota, o CREMESP (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) informou que todas as sindicâncias e processos-éticos tramitam sob sigilo determinado por lei, e por isso não seria possível divulgar informações sobre o caso.
Fonte: R7