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2020
CEARÁ – VARJOTA: Jovem que morreu ao cair de jet ski em açude no Ceará estava sem colete e não sabia nadar, diz amiga.
A jovem Clarice Maia Rodrigues, de 18 anos, que morreu após cair de um jet ski no açude Paulo Sarasate, conhecido como Araras, em Varjota, no interior do Ceará, não usava colete e não sabia nadar, segundo a amiga que estava com ela no momento do acidente, Alice Alves.
“Foi desesperador […] a gente estava muito feliz se divertindo, nunca poderíamos imaginar essa fatalidade”, conta Alice. “Afundamos juntas. Eu com muito sacrifício voltei e ela não voltou mais. O jet parou muito longe. Estávamos sem colete”.
Segundo Alice, era a amiga quem estava pilotanto a moto aquática e ela não tinha carteira de habilitação. “Ela ia dirigindo, mas não tinha carteira e nem sabia nadar”, conta,
O corpo de Clarice foi encontrado na manhã desta terça-feira (22), pelo Corpo de Bombeiros. A jovem estava desaparecida desde o domingo (20), quando o acidente aconteceu, e desde então buscas estavam sendo realizadas.
Alice conta que quando entrou no açude com a amiga, chegou a recomendar à Clarice que, caso elas caissem, que a amiga tentasse boiar no açude.
“Quando fomos na água, ela disse que ia devagar e ainda recomendei que se caíssemos, ela empurrasse o corpo dela para cima e boiasse”, relata a jovem, que também fala sobre o momento em que as duas caíram na água. “Ela seguiu numa reta, virou de uma vez e fomos arremessadas muito longe do jet”, explica.
“Foi uma coisa assim que parece que já estava prescrito acontecer. E Deus me usou para não morrer mais pessoas porque da nossa turma de meninas, a única que sabia nadar era eu. A tragédia podia ser pior. E eu fiz de tudo mais não consegui (salvar a amiga)”, relata.
Nervosismo e desespero
Após perceber que estava se afogando, segundo Alice, a jovem Clarice ficou nervosa e “começou a se debater”.”O jet ficou muito muito longe. Ela caiu do meu lado. Tentamos nos conter ainda por uns três minutos se debatendo. Ela estava muito nervosa e ficava me empurrando para baixo. Bebi muita água. Quando ela se deu conta que estava morrendo, ela se afastou mais e me pediu calma”, relata.
“Foi nessa hora e nos mantemos na água e logo depois, peguei as mãos dela e coloquei nas minhas costas e disse que ia nadando até o jet. Mas ela me afundou de novo”, conta Alice.
Fonte: Diário do Nordeste.