4
2020
BRASIL – CORONAVÍRUS: Prefeito de Itajaí, em SC, sugere aplicações de ozônio no ânus para combater Covid-19.
O prefeito de Itajaí, no interior de Santa Catarina, Volnei Morastoni (MDB), causou polêmica nas redes sociais após sugerir, em transmissão ao vivo feita pela internet, que a cidade deve passar a oferecer aplicações de ozônio por via retal para combater a Covid-19. Segundo o prefeito, trata-se de um tratamento que deve ser feito por dez dias seguidos, com aplicações no ânus que serão custeadas pela prefeitura. Não há estudos científicos que comprovem a eficácia da técnica no tratamento de pacientes infectados pelo coronavírus.
Na transmissão, Morastoni disse que a gestão municipal, que já aposta em métodos alternativos, como o uso da cânfora, submeteu à Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) uma proposta para que o tratamento, sem eficácia comprovada, seja regulamentado e oferecido de forma gratuita à população. “É uma aplicação simples, rápida, de dois, três minutinhos por dia. Provavelmente vai ser uma aplicação via retal, que é uma aplicação rapidíssima, num catéter fininho. Essa aplicação dá um resultado excelente”, afirmou o prefeito, que também é médico.
A ozonioterapia é um tratamento terapêutico que consiste na aplicação de uma mistura de gases oxigênio e ozônio por diversas vias; os defensores das aplicações de ozônio alegam que o tratamento pode aumentar a imunidade. No Brasil, a terapia ainda é considerada um tratamento experimental. Segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM), a técnica não possui garantia de eficácia e segurança. Atualmente, o CFM proíbe aos médicos a prescrição desse tipo de tratamento em consultórios e hospitais, exceto em casos nos quais os pacientes são submetidos a estudos experimentais. Tais estudos só podem ser executados com a permissão da Conep.
A prefeitura de Itajaí também tem distribuído comprimidos de Ivermectina à população. Segundo a gestão municipal, foram distribuídos, até o dia 31 de julho, 1.584.455 comprimidos do medicamento, que não possui eficácia comprovada na prevenção ou no tratamento de pacientes com Covid-19.
FONTE: Folha de Pernambuco.