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2020
BRASIL – DESEMPREGO: Banco Santander demite 20 pessoas por dia útil em junho
O Santander Brasil demitiu cerca de 20 pessoas por dia útil de 5 de junho a 3 de julho. O último levantamento realizado pelos sindicatos do país apontou que, até esta sexta-feira (3), o banco havia demitido pelo menos 433 funcionários.
No domingo (5), o banco completou um mês desde o início das demissões –que ocorrem durante a pandemia do novo coronavírus e mesmo após o banco ter assinado um compromisso público de que não demitiria enquanto durasse a crise.
Até agora, as demissões acontecem em diversos estados brasileiros. O Santander é o único dos cinco maiores bancos do país (que também contam com Banco do Brasil, Bradesco, Caixa e Itaú) a demitir.
O Santander disse por meio de sua assessoria de imprensa que não comentaria as demissões nem abriria o número exato de desligamentos ou contratações que o banco fez desde o início de junho.
Segundo a dirigente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Lucimara Malaquias, o volume de demissões é defasado e pode ser ainda maior, uma vez que, depois da nova lei trabalhista, os desligamentos não precisam mais ser homologados pelo sindicato.
“Tivemos uma mesa de negociação em 1º de julho, mas o banco se negou a fornecer números exatos das demissões e se recusou a negociar qualquer interrupção nessas demissões”, afirma.
Os sindicatos dos bancários de diversos estados brasileiros fizeram manifestações em agências e redes sociais contra as demissões ao longo de junho. Os bancários também reclamam que as metas dos trabalhadores foram aumentadas durante a pandemia e que há ameaça de demissão caso elas não sejam cumpridas.
Os sindicatos também chegaram a enviar uma carta a Juan Gorostidi, o diretor de relações trabalhistas do Santander na Espanha em busca de auxílio, mas o executivo afirmou que as questões devem ser tratadas diretamente pela operação do banco no Brasil.
Dentre as denúncias, também houve relatos de que o Santander aprovou mudanças no Banesprev (fundo de previdência dos funcionários do antigo Banespa), desrespeitando o termo de compromisso estabelecido em acordo coletivo e assinado pelo banco e pelos representantes de funcionários.
O termo garantia o aviso da mudança aos funcionários e a instalação de um grupo de trabalho com número igual de participantes para cada parte —ambos acordos que o banco teria descumprido.
Fonte: Folha de São Paulo.