O Ministério Público do Ceará (MPCE) pediu nesta quinta-feira (10) ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (Comdica) a impugnação da candidatura de cinco participantes da eleição para vagas de conselheiro tutelar de Pentecoste, município a 92 quilômetros de Fortaleza.
De acordo com o promotor de Justiça Jairo Pereira Pequeno Neto, autor do pedido de impugnação, os candidatos foram eleitos com apoio de políticos, o que contraria as regras de escolha dos conselheiros tutelares. A eleição para o Conselho Tutelar ocorreu no domingo (6) em todo o país.
Segundo Jairo Pereira Pequeno Neto, a eleição do Conselho Tutelar de Pentecoste foi “uma verdadeira corrida eleitoral antecipada, uma vez que políticos apoiaram diretamente alguns candidatos, utilizando-se da eleição do Conselho como forma de demonstração de força política no município”.
Para ele, os concorrentes com pedido de impugnação concorreram à vaga em condições desonestas.
Influência política
Das candidatas com o pedido de impugnação, três foram eleitas, enquanto duas ficaram como suplentes. As candidatas Patrícia do Tiago e Diene do Deca são esposas de vereadores e ocuparam, respectivamente, a segunda e terceira colocação na lista do resultado final divulgado pelo Comdica, de um total de 7.654 votos apurados em 24 urnas.
A candidata Diene do Deca teve um assessor do esposo vereador a sua disposição, durante toda a campanha.
Em sessão realizada na Câmara de Vereadores, no dia seguinte à eleição, “alguns parlamentares deixaram claro que apoiaram diretamente determinados candidatos”. As regras para eleição de conselheiro tutelar e o cargo político de vereador proíbem a aliança político-partidária das candidaturas, através de indicação, e proíbem manifestação de qualquer tipo de apoio político aos candidatos a conselheiro tutelar.
A segunda colocada, Patrícia do Tiago, recebeu apoio do marido, que é vereador, e de um deputado, conforme divulgado nas redes sociais. Já Carol Leite, irmã do presidente da Câmara Municipal de Pentecoste, conseguiu apoio de, pelo menos, outros três políticos, e ficou na quarta colocação. Ela obteve 300 votos em uma única seção.
Durante sessão da Câmara Municipal posterior às eleições para o Conselho Tutelar, o vereador Manoel Forte declarou apoio à candidata Carol Leite. Ele afirmou que possuía voto e força política, “ao contrário de muita gente que só fazia barulho, mas que não tinha voto para preencher uma cartela de bingo”. (Fonte: G1.CE)
DO SOBRAL AGORA…
Na cidade de Sobral, a eleição do Conselho Tutelar, em termos de apóio políticos(Vereadores) envolvidos diretamente nas campanhas dos candidatos ao Conselho Tutelar, não foi diferente do município de Pentecoste(CE). A candidata Lívia Mara, segunda colocada na disputa eleitoral, é filha do Vereador “Camilo Motos”; A candidata Maria do Livramento, terceira mais votada, teve o apoio do grupo de cabos eleitorais ligados ao Vereador Itamar Ribeiro(PDT), líder do Prefeito na Câmara Municipal; O candidato Zé Arteiro, teve apoio declarado no bairro Dom José, do Vereador Cleiton Prado. E assim foram vários candidatos, sendo que alguns não conseguiram serem eleitos, como foi o caso da candidata apoiada pelo Vereador Cumpady Boni.
Se houver denuncia dessa influência política e apoio financeiro por parte de Vereadores, caberá ao Ministério Público as providências cabíveis. O promotor de Pentecoste, Dr. Jairo Pequeno Neto, já partiu na frente, resta saber se em Sobral vai acontecer o mesmo.
Aguardamos a manifestação do MP- CE aqui na nossa princesinha.
ATUALIZAÇÃO – 12/10/2019 – às 11:37 hs – Por uma questão de justiça, estamos corrigindo o equívoco da informação, quando noticiamos que a candidata Maria do Livramento havia recebido apoio do Vereador Itamar Ribeiro. Declaramos não ser verdadeira a informação, pois o candidato apoiado pelo Vereador Itamar Ribeiro(PDT) foi o candidato Wagner Ribeiro, que obteve 1.005 votos, consagrando-se como 6º mais votado das eleições do Conselho Tutelar de Sobral, ocorrido no domingo, dia 6 de outubro de 2019.
Pelo bem da informação, estamos corrigindo o equívoco publicado. Por uma questão de Justiça.
Por Bené Fernandes/Radialista e Blogueiro.