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2019
CEARÁ – Dos 184, apenas cinco municípios cearenses contam com transporte coletivo. Sobral está fora.
Dois anos atrás, a universitária Francisca Sales trocou a vida agitada da capital cearense pela Terra dos Monólitos, no Sertão Central. A mudança foi justificada pela realização de um sonho: a aprovação em Engenharia de Software na Universidade Federal do Ceará, campus Quixadá. Nova cidade, nova rotina. Antes, em Fortaleza, a jovem se deslocava por meio do transporte coletivo. Agora, para ir até a universidade, faz uso de mototáxi, uma viagem mais cara e considerada mais perigosa na avaliação da fortalezense. A mudança na forma de se locomover, no entanto, não foi uma escolha.
Quixadá é uma das 179 cidades cearenses que não contam com transporte público coletivo rodoviário. No Estado, apenas cinco municípios (Fortaleza, Caucaia, Maracanaú, Juazeiro do Norte e Crato) dispõem desta modalidade, conforme levantamento do Sindiônibus.
“O restante das cidades só tem serviços muito precários, na maioria dependente de vans que operam sem garantia de regularidade ou controle”, pontuou a assessoria do Sindiônibus.
O número, correspondente a menos de 3% de todas as cidades cearenses, está bem distante da porcentagem brasileira. Segundo a Associação Nacional de Transportes Urbanos (NTU), dos 5.570 municípios do Brasil, 2.901 oferecem serviços de transporte urbano, um total de 52% da nação.
Diante desta realidade, fica evidente a necessidade da criação de incentivos e políticas públicas que facilitem o deslocamento das pessoas a diversos pontos de uma cidade. Para o professor do Departamento de Engenharia de Transportes da Universidade Federal do Ceará (UFC), Mário Ângelo de Azevedo, a ausência deste modal causa impacto em diversos setores da sociedade.
O especialista considera que, além de dificultar a locomoção das pessoas, obrigando-as a utilizar veículos próprios ou a pagar mais caro por serviços particulares – como taxi e mototáxi -, a ausência do transporte impacta até na economia da cidade.
“Empresas e indústrias buscam se instalar em locais bem estruturados”, pontua Ângelo. Ele destaca ainda que o dinamismo da economia está intimamente ligado à circulação de pessoas. “Se há facilidade no ir e vir, há ganho na qualidade de vida. É um benefício que vai além da mobilidade urbana”, acrescenta.
Pouca adesão
Especialistas em mobilidade recomendam a implantação de transportes coletivos em cidades com mais de 60 mil habitantes. No Ceará, 26 municípios possuem esse quantitativo e outros três (Tauá, Limoeiro do Norte e Barbalha) se aproximam desta marca, com mais de 58 mil moradores. Quixadá, com 80 mil habitantes, era um dos que deveriam contar com esta modalidade, no entanto, a criação de um projeto que implantaria coletivos na cidade estacionou. No início deste ano, o secretário de Cidadania, Segurança e Serviços Públicos de Quixadá, Higo Carlos Cavalcante, afirmou que o Município estava trabalhando para a implantação de seis linhas regulares de transporte coletivo na cidade. (Diário do Nordeste)
Sobral Agora…
A cidade de Sobral, município da região Noroeste do Estado, com mais de 205 mil habitantes, dispõe de um precário serviço de transporte Coletivo, explorados pela Empresa N. Senhora de Fátima(antiga Loiola) e por VANS, todos em péssimas condições para o transporte de passageiros.
Não há “paradas” de ônibus feitas pela Prefeitura, e os veículos utilizados nas rotas, já estão com mais de 10 anos de uso, o que não seria permitido por Lei. Ressaltar que cada município tem a responsabilidade pelo transporte coletivo de passageiros.
Sobral, além dos “velhos ônibus e VANS” em péssimo estado de conservação, temos ainda o serviços de Mototaxistas(oficial e clandestinos), Táxis, VLT e Uber.
Há um plano de mobilidade urbana na cidade de Sobral, porém não tenho informações da aplicação mesmo, na sua totalidade. Pelo jeito, no quesito “transporte coletivo,” ainda falta muito o que fazer.