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2019
CEARÁ – Ceará registra 19 óbitos relacionados à influenza em 2019.
Doenças respiratórias são sempre complexas, pois são invisíveis e podem gerar quadros graves. Em 2019, até 6 de junho, 19 pessoas morreram por influenza no Ceará, de acordo com a Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), por meio do boletim epidemiológico divulgado ontem (10).
Os casos representam 36% das 53 mortes ocasionadas por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) neste ano. Desse total contabilizado, sete foram em decorrência do subtipo A H1N1.
Os dados revelam quedas acentuadas em relação a igual período de 2018, quando foram registrados 144 óbitos por SRAG, dos quais 73 foram por influenza. Das mortes causadas por influenza, 57 tinham subtipo A H1N1. Quando se observam as notificações da doença neste ano, no Ceará, foram contabilizados 550 casos de SRAG; destes, 125 foram por influenza, sendo 44 pelo subtipo A H1N1. No ano passado, esse mesmo subtipo havia sido responsável por 308 notificações.
De acordo com a Sesa, a partir do mês de fevereiro, foi identificado um aumento no número de casos notificados e confirmados para outros vírus respiratórios de SRAG não especificada, diferente do padrão encontrado nos dois anos anteriores. “Isso tem a ver com o padrão de circulação do vírus, como ele está acometendo, em que regiões do Estado está circulando, e aí tem um aumento do número de casos”, explica Danielle Queiroz, coordenadora de Vigilância em Saúde do órgão.
Casos no Cariri
A secretaria notou que, nas últimas semanas, houve “um incremento dos casos notificados de SRAG na macrorregião do Cariri”. Óbitos por influenza foram registrados nos municípios de Juazeiro do Norte, Lavras da Mangabeira, Tarrafas, Jucás, Aurora e Missão Velha. Até o momento, nessa região, houve 12 casos por influenza A H1N1, três óbitos confirmados pelo mesmo subtipo e 27 ocorrências que ainda estão em investigação pela Pasta.
Quatro casos de H1N1 foram confirmados no mês de maio nos municípios de Juazeiro do Norte e Crato, com três mortes. As informações, obtidas na semana passada, foram confirmadas pela Secretaria. Entre as mortes, está a da estudante de nutrição Rafaela Callou de Sá Barreto, de 23 anos. A universitária estava internada em uma clínica particular de Juazeiro do Norte e faleceu após sofrer três paradas cardiorrespiratórias, na madrugada do dia 4 de junho.
A segunda morte confirmada ocorreu no mesmo dia. A vítima foi o padre José Luismar Rodrigues, da Paróquia Nossa Senhora das Angústias, em Tarrafas. Ele estava internado num hospital do Crato. Ainda conforme o boletim da Sesa, neste ano, outros seis óbitos foram causados pela influenza A H3/sazonal; seis pela influenza B e dois pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR). Vinte e uma mortes não tiveram o agente etiológico especificado, e 11 estão em investigação.
“O aumento de ocorrências de adoecimento normalmente, epidemiologicamente, acontece quando há pessoas suscetíveis, que não estão protegidas, e acontece a introdução de um vírus, um novo agente etiológico”, comenta Danielle Queiroz.
Imunização
A Sesa afirma que a imunização contra a influenza é uma das medidas mais efetivas para a prevenção. A vacina protege contra três tipos da doença: a H1N1, a H3N2 e a B/Colorado/06/2017. Após a vacinação, a detecção de anticorpos protetores ocorre entre 2 e 3 semanas. Geralmente, apresenta duração de 6 a 12 meses.
Até 13h de ontem, o Ceará havia vacinado 2.266.437 pessoas contra a gripe. O alcance representa cobertura de 88,4% do público-alvo, enquanto a meta oficial do Ministério da Saúde é de 90%. Para tentar chegar ao resultado, a vacinação em todo o Estado foi prorrogada até a próxima sexta (14). No Ceará, 151 municípios já alcançaram a meta da cobertura vacinal.
Os dados mostram que a população carcerária e funcionários do sistema prisional foram os mais imunizados, atingindo 145% da meta. Em seguida, vêm 95% das mulheres com até 45 dias pós-parto (puerpério); 95% da população indígena; 92,47% dos idosos com 60 anos ou mais e 90% professores de escolas públicas e particulares.
Gestantes, trabalhadores da saúde e doentes crônicos estão empatados, com 89% cada; 86% das crianças de 6 meses a menores de 6 anos também foram vacinadas. A população com menor cobertura é a de adolescentes e jovens sob medida socioeducativa, com apenas 14% do total.
“Por isso a vacinação é tão importante para os grupos de risco. Embora para a maioria da população a gripe vem como uma doença comum que se cura em sete dias, para os grupos prioritários ela pode ter um custo mais grave”, finaliza Daniele Queiroz.
Fonte: Diário do Nordeste.