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2018
BRASIL – MUITO SÉRIO: Metade da população carcerária está armada, aponta relatório.
Rio – Varredura do governo federal em 31 presídios de sete estados do Norte e Centro-Oeste do país revela um dado alarmante: metade da população carcerária está armada. O relatório aponta que, dos 22 mil presidiários monitorados, 11 mil possuem armas brancas, como facas, ou até mesmo armas de fogo (minoria).
Para fazer o levantamento, o Ministério da Defesa utilizou aparelhos de raio-X, scanners, câmeras e drones (câmeras acopladas a mini-helicópteros). A inspeção foi iniciada pelas Forças Armadas há seis meses, concluída no fim do ano passado e passou por sete estados que solicitaram a ajuda do governo federal. “Foram usados equipamentos de última geração adquiridos para a Olimpíada (de 2016). Qualquer estado pode solicitar a varredura”, afirma o ministro Raul Jungmann (PPS).
Curiosamente…
O Palácio Guanabara não pediu ao governo federal que fizesse a varredura nos presídios do Rio. Ainda é tempo. Não ver o problema não o torna inexistente.
‘Acordo’
O governo federal encontrou celulares, radiotransmissores, fogões, freezers e até geladeiras dentro de celas. Indagado sobre como uma geladeira entrou na cadeia, Jungmann foi direto: “Isso não seria possível sem algum tipo de acordo tácito entre o sistema prisional e as gangues que estão lá dentro e controlam esses presídios.”
Último levantamento/Via Agencia Brasil.
Os dados são do Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (Infopen) divulgados em dezembro de 2017, em Brasília, pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen), do Ministério da Justiça.
O total de pessoas encarceradas no Brasil chegou a 726.712 em junho de 2016. Em dezembro de 2014, era de 622.202. Houve um crescimento de mais de 104 mil pessoas. Cerca de 40% são presos provisórios, ou seja, ainda não possuem condenação judicial. Mais da metade dessa população é de jovens de 18 a 29 anos e 64% são negros.
O sistema prisional brasileiro tem 368.049 vagas, segundo dados de junho de 2016, número estabilizado nos últimos anos. “Temos dois presos para cada vaga no sistema prisional”, disse o diretor-geral do Depen, Jefferson de Almeida. “Houve um pequeno acréscimo nas unidades prisionais, muito embora não seja suficiente para abrigar a massa carcerária que vem aumentando no Brasil”, afirmou
De acordo com o relatório, 89% da população prisional estão em unidades superlotadas. São 78% dos estabelecimentos penais com mais presos que o número de vagas. Comparando-se os dados de dezembro de 2014 com os de junho de 2016, o déficit de vagas passou de 250.318 para 358.663.
A taxa de ocupação nacional é de 197,4%. Já a maior taxa de ocupação é registrada no Amazonas: 484%.
Coluna do Paulo Capelli/O Dia.
Com Agencia Brasil