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2017
SOBRAL – LUTO: Cantor e compositor sobralense Belchior morre no RS
O cantor e compositor Belchior morreu na noite deste sábado, 29, em Santa Cruz do Rio Grande do Sul, aos 70 anos. Familiares confirmaram o falecimento, entretanto, a causa ainda é desconhecida. O corpo deve ser trazido para o Ceará ainda hoje. O sepultamento deve ocorrer em Sobral.
Antônio Carlos Gomes Belchior Fontenelle Fernandes, conhecido simplesmente como Belchior (Sobral, 26 de outubro de 1946 – Santa Cruz do Sul, 30 de abril de 2017), foi um cantor e compositor brasileiro. Foi um dos primeiros cantores de MPB do nordeste brasileiro a fazer sucesso nacional, em meados da década de 1970.
Carreira
Durante sua infância, no Ceará, foi cantador de feira e poeta repentista. Estudou música coral e piano com Acácio Halley. Seu pai tocava flauta e saxofone e sua mãe cantava em coro de igreja. Tinha tios poetas e boêmios. Ainda criança, recebeu influência dos cantores do rádio Ângela Maria, Cauby Peixoto e Nora Ney. Foi programador de rádio em Sobral. Em 1962, mudou-se para Fortaleza, onde estudou Filosofia e Humanidades. Começou a estudar Medicina, mas abandonou o curso no quarto ano, em 1971, para dedicar-se à carreira artística. Ligou-se a um grupo de jovens compositores e músicos, como Fagner, Ednardo, Rodger Rogério, Teti, Cirino entre outros, conhecidos como o Pessoal do Ceará[1].
De 1965 a 1970 apresentou-se em festivais de música no Nordeste. Em 1971, quando se mudou para o Rio de Janeiro, venceu o IV Festival Universitário da MPB, com a canção Na Hora do Almoço, cantada por Jorge Melo e Jorge Teles, com a qual estreou como cantor em disco, um compacto da etiqueta Copacabana. Em São Paulo, para onde se mudou, compôs canções para alguns filmes de curta metragem, continuando a trabalhar individualmente e às vezes com o grupo do Ceará.
Em 1972 Elis Regina gravou sua composição Mucuripe (com Fagner). Atuando em escolas, teatros, hospitais, penitenciárias, fábricas e televisão, gravou seu primeiro LP em 1974, na gravadora Chantecler. O segundo, Alucinação (Polygram, 1976), consolidou sua carreira, lançando canções de sucesso como Velha roupa colorida, Como nossos pais, que depois foram regravadas por Elis Regina e Apenas um rapaz latino-americano. Outros êxitos incluem Paralelas (lançada por Vanusa) e Galos, noites e quintais (regravada por Jair Rodrigues). Em 1979 no LP Era uma Vez um Homem e Seu Tempo (Warner) gravou Comentário a respeito de John (homenagem a John Lennon), também gravada pela cantora Bianca. Em 1983 fundou sua própria produtora e gravadora, Paraíso Discos, e em 1997 tornou-se sócio do selo Camerati. Sua discografia inclui Um show – dez anos de sucesso (1986, Continental) e Vício elegante (1996, GPA/Velas), com regravações de sucessos de outros compositores.
Polêmicas
Em 2005, Belchior abandonou a então mulher Ângela para passar a viver com a Edna Prometheu depois de conhecê-la no ateliê do amigo comum Aldemir Martins. Posteriormente Belchior deixou de fazer shows e abandonado inclusive bens pessoais. Atualmente vem enfrentando processos judiciais relacionados a pensões alimentícias de duas filhas e um processo trabalhista. Por causa desses processos Belchior teve contas bancárias bloqueadas e por isso está impedido de retirar o dinheiro relativo aos direitos de suas músicas. O cantor se encontra em Porto Alegre, tendo morado em hotéis, casas de fãs e mesmo em uma instituição de caridade.[2]
Em 2009 a Rede Globo noticiou um suposto desaparecimento do cantor. Segundo a emissora, o cantor havia sido visto pela última vez em abril de 2009, ao participar de um show do cantor tropicalista baiano Tom Zé, realizado em Brasília.[3] Turistas brasileiros afirmam terem-no encontrado no Uruguai em julho do mesmo ano[4]. As suspeitas foram confirmadas quando Belchior foi encontrado no Uruguai, de onde concedeu entrevista para o programa Fantástico, da Rede Globo[5]. Na entrevista, o cantor revelou não haver desaparecido e estar preparando, além de um disco de canções inéditas, o lançamento de todas as suas canções também em espanhol.
No ano de 2012 ele novamente desapareceu, juntamente com a sua mulher, de um hotel 4 estrelas na cidade de Artigas, no Uruguai. Deixou para trás uma dívida de diárias e pertences pessoais.[6] Ao ser identificado passeando por Porto Alegre afirmou que as noticias sobre a dívida no Uruguai não seriam verdadeiras.[7]
Discografia
- 1971 – Na Hora do Almoço (Copacabana – Compacto)
- 1973 – Sorry, Baby (Copacabana – Compacto)
- 1974 – Mote e Glosa (Continental – LP/K7)
- 1976 – Alucinação (Polygram – LP/CD/K7)
- 1977 – Coração Selvagem (Warner – LP/CD/K7)
- 1978 – Todos os Sentidos (Warner – LP/CD/K7)
- 1979 – Era uma Vez um Homem e Seu Tempo (Warner – LP/CD/K7)
- 1980 – Objeto Direto (Warner – LP)
- 1982 – Paraíso (Warner – LP)
- 1984 – Cenas do Próximo Capítulo (Paraíso/Odeon – LP)
- 1986 – Um Show: 10 Anos de Sucesso (Continental – LP)
- 1987 – Melodrama (Polygram – LP/K7)
- 1988 – Elogio da Loucura (Polygram – LP/K7)
- 1990 – Projeto Fanzine (Polygram – LP/K7)
- 1991 – Divina Comédia Humana (MoviePlay – CD)
- 1991 – Acústico (Arlequim Discos – CD)
- 1993 – Baihuno (MoviePlay – CD)
- 1995 – Um Concerto Bárbaro – Acústico Ao vivo (Universal Music – CD)
- 1996 – Vício Elegante (Paraíso/GPA/Velas – CD)
- 1999 – Autorretrato (BMG – CD)
- 2002 – Pessoal do Ceará (Continental / Warner – CD)
- 2008 – Sempre (Som Livre – CD)
Participações especiais
- 1979 – Massafeira
Outros trabalhos
- 2004 – As várias caras de Drummond[8]
Fonte: Wikipédia