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2016
CEARÁ – Dado como desaparecido, Prefeito de Nova Olinda é encontrado morto
O prefeito de Nova Olinda, Ronaldo Sampaio (PDT), foi encontrado morto no início da tarde desta quarta-feira, 27, nas proximidades do Sítio Zabelê, trecho da CE-292 entre o município e o Crato. Afastado do cargo desde junho deste ano, Ronaldo estava desaparecido desde as 9h desta quarta.
A informação foi confirmada pelo comandante do 2º Batalhão da Polícia Militar em Juazeiro do Norte, Tenente Coronel Paulo Herman Fernandes. Segundo ele, diversas viaturas e um helicóptero da Polícia Ambiental procuravam o prefeito desde o início da manhã. Buscas eram auxiliadas pelo Corpo de Bombeiros.
De acordo com o relato, Ronaldo Sampaio se dirigia ao Crato na manhã desta quarta, acompanhado por sua chefe de gabinete. Na altura do sítio Zabelê, ele parou o veículo no acostamento, sob a justificativa de que iria urinar. Depois, o prefeito saiu em direção da mata da Floresta Nacional do Araripe, onde desapareceu. Após esperar por quase uma hora, a assessora ainda tentou localizar Ronaldo, sem sucesso, recorrendo então à Polícia.
Investigações
A Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS-CE) também confirmou a morte do prefeito Ronaldo Sampaio. A pasta afirma que a área onde o corpo foi encontrada já foi isolada e que equipes da Polícia Civil e da Polícia Forense já se encaminham à região para iniciar investigações do caso.
Segundo a SSPDS, trabalhos de busca começaram por volta do meio-dia, sendo a morte de Sampaio confirmada às 14h45min. O prefeito era pai de três filhas, estando sua namorada grávida.
Prefeito afastado
Ronaldo Sampaio estava afastado do cargo pela Câmara de Nova Olinda desde 20 de junho deste ano, em meio a um impasse sobre seu mandato. O prefeito era acusado pelo Ministério Público do Estado (MP-CE) de ter contratado irregularmente entre 2014 e 2015 a psicóloga Viviane Chaves dos Santos, que seria uma “funcionária fantasma” da gestão.
Namorada do prefeito à época, Viviane teria recebido salário da Prefeitura mesmo sem ter prestado serviços no município. Mesmo sem contrato formal, conforme a acusação do MP, ela tinha carga horário de 20 horas semanais e, no total, teria recebido R$ 30.000 por serviço não prestado.
Em maio deste ano, a Justiça do Ceará decretou o afastamento do prefeito sob suspeita de que ele poderia estar tentando atrapalhar as investigações. Ele retornou ao cargo em 17 de junho, por decisão da presidente do Tribunal de Justiça do Ceará, Iracema do Vale. Três dias depois, no entanto, a Câmara determinou novo afastamento.
Desde então, tomou posse o vice-prefeito Elízio Manoel (PMDB). Conhecido como “Cabeludo”, o vice rompeu politicamente com o prefeito no início da gestão.
(Fonte: O POVO/colaboraram Lucas Mota e Amaury Alencar)