CEARÁ – GREVE: Professores da rede estadual decidem continuar em greve

Os profissionais da rede estadual de educação aprovaram, em assembleia realizada, ontem, no Ginásio Paulo Sarasate, em Fortaleza, a continuidade da greve. A categoria, explicou a Associação dos Professores dos Estabelecimentos Oficiais do Ceará (Sindicato Apeoc), rechaçou a atitude do Governo do Estado de não oferecer reajuste geral aos servidores públicos. Mais de 1.400 servidores participaram do encontro.

O presidente do Sindicato Apeoc, Anizio Melo, conduziu a assembleia e afirmou que a mobilização continua no interior e na Capital porque a categoria não aceita reajuste zero. A paralisação começou no dia 25 de abril e, há quase um mês, enfrenta a ilegalidade imposta pela Justiça.
“A assembleia de hoje (ontem) só termina terça-feira. Decidimos pela suspenção das deliberações relacionadas ao mérito das propostas relacionadas as questões especificas da educação, principalmente, em relação a posição do Governador de reajuste zero para os servidores. A categoria se mostrou contrária à posição de nenhum índice. Ele disse que não vai ter revisão geral e vai discutir a recomposição salarial com cada categoria em separado, de forma diferenciada. Precisamos avaliar, por isso foi dado um tempo, para aprofundar a discussão nas plenárias, debates e analisar as condições geras. Terça-feira vamos definir, de forma mais madura e socializada, quais serão os rumos da nossa luta”, explicou Anízio.

Além disso, o “Sindicato Apeoc espera manter o canal de negociação com a Secretaria da Educação do Estado (Seduc) para avançar nas outras propostas, como a construção de novas regras para afastamento para mestrado e doutorado; a volta do programa Professor Coordenador de Área (PCA); a criação de um grupo de estudo para discutir uma nova forma de contratação de professores temporários e a garantia do envio à Assembleia do decreto do Governo que regulamenta a Descompressão na Carreira”. Esses pontos foram discutidos na mesa de negociação com a Seduc na noite da última terça-feira (7).
Conforme o sindicato, as outras pautas relativas à infraestrutura das escolas; merenda escolar; melhoria das condições de trabalho e ensino e liberação dos processos funcionais em atraso permanecem na mesa de negociação. Alguns itens já estão sendo atendidos, informou a entidade.

Nota
Em nota, a Secretaria da Educação (Seduc) argumentou que tem demonstrado disponibilidade ao diálogo. “Para cada ponto de pauta colocado pela categoria em mesa de negociação, foi apresentada uma proposta concreta e seu devido encaminhamento”, respondeu.
O investimento, apontou a Seduc, supera R$ 140 milhões, destinados à infraestrutura das escolas (reformas e manutenção), alimentação escolar, aquisição de computadores, notebooks para premiar os melhores alunos no Spaece e Enem, entre outras ações, incluindo benefícios aos professores.

Valorização

A Seduc destacou que propôs uma valorização remuneratória diferenciada, a partir da Lei do Fundeb. “Com isso, haveria um aumento na parcela remuneratória variável (PVR) em 100% para cada nível, beneficiando os profissionais do magistério ativos e os professores temporários que atualmente recebem. 70,8% dos professores teriam entre 8,2% e 8,9% de aumento. Esse aumento seria regulamentado em lei, com pagamento efetivado na folha de junho/2016, e pago no dia 1º de julho de 2016. Nesta medida, o investimento financeiro totaliza R$ 40 milhões”. Além disso, acrescentou a pasta, seria antecipado o pagamento da promoção sem titulação (descompressão), que alcançaria mais de cinco mil professores e proporcionaria mudança de nível.

Fonte: Jornal O Estado.