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2016
CEARÁ – Fracasso da Segurança Pública leva população a linchar criminosos nas ruas do Ceará. Já são 9 casos somente neste ano. (MATÉRIA E VÍDEO EXCLUSIVOS)
Uma onda de assassinatos praticados por meio de linchamento atinge o Estado do Ceará diante da inoperância do governo em garantir a segurança pública ao cidadão. Indignada diante de tantos assaltos, e já sem esperanças de que as autoridades dêem uma solução à criminalidade no Estado, a população chegou ao limite da paciência, e agora parte para fazer justiça com as próprias mãos.
De janeiro até agora, pelo menos, 12 pessoas foram linchadas no Ceará, isto é, espancadas e arrastadas em vias públicas até a morte. Trata-se de uma modalidade de crime coletivo de difícil investigação, já que os autores são muitas pessoas e estas se dispersam rapidamente quando terminam o “serviço”, isto é, constatam que a vítima está morta. Em geral, os assassinatos por linchamento são filmados em celulares e as imagens rapidamente ganham as redes sociais com grande audiência.
Foi o que aconteceu, por exemplo, na tarde de 18 de março último, quando dois jovens, armados com facas, invadiram um ônibus que trafegava pela Avenida Augusto dos Anjos, no bairro Bonsucesso, e anunciaram um assalto. A reação foi imediata e violenta. Os passageiros partiram para cima dos ladrões. Um deles conseguiu fugir. O comparsa não teve a mesma sorte e, após ser desarmado, acabou sendo espancado mesmo já fora do coletivo e acabou esfaqueado com sua própria arma. Morreu no local. Tudo foi filmado e divulgado nos aplicativos da internet.
Veja o vídeo:
Medo e reação
A maioria dos 12 linchamentos ocorridos, neste ano, no Ceará, teve como palco as ruas e avenidas de Fortaleza. Foram nove casos, sendo três deles registrados somente nas últimas 48 horas, nos bairros Sapiranga, Jacarecanga e Conjunto Prefeito José Walter. Entre os “linchados”, uma mulher, jovem de 22 anos, que praticava assaltos com um comparsa em bairros da zona Oeste da Cidade.
Outros três casos aconteceram no Interior do estado, nas cidades de Sobral, Itarema e Bela Cruz. As vítimas foram executadas de uma mesma forma: perseguidas e surradas até a morte.
Veja o levantamento exclusivo que apontou 12 mortes por linchamento no Ceará em 2016:
1 (1 de janeiro) – GERALDO LOPES SILVA FILHO – linchado no bairro Terrenos Novos (Sobral)
2 (26 de janeiro) – FRANCISCO GOMES DE ARAÚJO – linchado no distrito de São José (Itarema)
3 (20 de fevereiro) – Vítima não identificada – linchada na zona rural de Bela Cruz
4 (24 de fevereiro) – Vítima não identificada – linchado na Avenida Radialista José Limaverde, na Barra do Ceará, durante uma briga de bar (Capital)
5 (16 de março) – Vítima não identificada, linchado na Rua Álvaro Bomilcar, no bairro Pio XII, depois de praticar vários assaltos tendo como alvo sempre mulheres (Capital)
6 (18 de março) – Vítima não identificada, linchada ao anunciar assalto dentro de um ônibus na Avenida Augusto dos Anjos, no bairro Bonsucesso (Capital)
7 (13 de maio) – JONATHAN NASCIMENTO DE ARAÚJO, linchado por populares ao tentar praticar assaltos na Rua dos Pinhais, no bairro Autran Nunes (Capital)
8 (18 de maio) – JOSIVAN DE HOLANDA SILVA, linchado por populares logo após praticar uma sequência de assaltos com um comparsa na Rua Quixadá, próximo à feira-livre do Planalto Ayrton Senna. O comparsa foi também morto, a tiros (Capital)
9 (12 de junho) – WELTON JONH DE SOUSA OLIVEIRA, linchado por populares na Rua Demóstenes de Carvalho, bairro Elleri, quando praticava assaltos (Capital)
10 (20 de junho) – ALANY SOUSA DE OLIVEIRA, 22 anos, linchada por populares na Rua Odorico de Sousa, bairro Jacarecanga, quando praticava assaltos com um comparsa, que fugiu (Capital)
11 (20 de junho) – DÊNIS DE MELO DA SILVA, 24 anos, linchado e alvejado a tiros depois de praticar assaltos no bairro Conjunto Prefeito José Walter (Capital)
12 (21 de junho) – THIAGO OLIVEIRA DA SILVA, 22 anos, linchado por populares na Rua Waldemar de Alcântara, bairro Sapiranga, após ser acusado de ter tentado estuprar uma moradora daquela comunidade (Capital)
Fonte: Blog do Fernando Ribeiro.