BRASIL – VERGONHA: Delator aponta propina de R$ 52 milhões a Eduardo Cunha

Postado por Bené Fernandes    Sem Comentários

O empresário Ricardo Pernambuco Júnior, da Carioca Engenharia, entregou em delação premiada à Procuradoria-Geral da República um tabela que aponta 22 depósitos somando US$ 4.680.297,05 em propinas supostamente pagas ao presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A delação faz parte da operação Lava Jato.

O empreiteiro afirma que empresas que estiveram presentes em obras do Porto Maravilha, no Rio de Janeiro, deveriam pagar R$ 52 milhões — ou 1,5% d valor do dos Certificados de Potencial de Área Construtiva (Cepac) — a Eduardo Cunha. O maior repasse aconteceu em 26 de agosto de 2013, no valor de US$ 391 mil, depositados na conta do peemedebista no banco suíço Julius Baer.

Ainda segundo a delação, em 2011 foram feitos quatro depósitos, somando um total de US$ 1,12 milhão. Já em 2012, Eduardo Cunha teria recebido dessa fonte outros US$ 1,34 milhão divididos em seis depósitos. A tabela de 2013, por sua vez, revela que o deputado foi contemplado com mais seis depósitos, totalizando US$ 1,409 milhão. Por fim, em 2014, o deputado recebeu mais seis depósitos que somaram US$ 804 mil.

“Em relação a primeira das tabelas, que totaliza US$ 3.984.297,05 tem certeza de que foram destinadas a contas apontadas pelo deputado Eduardo Cunha. Em relação a segunda tabela, no valor total de US$ 696 mil, é altíssima a probabilidade de que também eram valores destinados a contas indicadas por Eduardo Cunha”, afirmou o empresário no processo de delação premiada.

Nas 14 páginas que possui o documento, o empresário Raul Pernambucano Júnior narra com detalhes encontro com o presidente da Câmara para combinar como seriam realizados pagamentos no exterior. O empreiteiro afirma não se recordar se o encontro se deu no escritório político do deputado, no Centro do Rio, ou na Câmara, em Brasília.

O delator ainda narrou que por uma ou duas vezes as contas no exterior eram enviadas por Eduardo Cunha para ele. Elas chegavam em envelopes lacrados e sigilosos, na filial da Carioca em São Paulo. A defesa de Eduardo Cunha ainda não se manifestou sobre as acusações.

Fotos: Marcelo Camargo/Agência Brasil e Reprodução