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2016
CEARÁ – FUTEBOL – Lisca deixa o Ceará: Queda anunciada e justificada
De plano, sou contra demissão de técnico sem que haja tempo suficiente para que o trabalho seja desenvolvido. No caso de Lisca, que teve grande mérito ao salvar – de forma histórica e quase milagrosa – o Ceará da Série C no ano passado, a situação é mais abrangente. Sua demissão faz todo sentido neste momento, entretanto.
Com tempo para montar o elenco nesse ano, o técnico fez muitas escolhas táticas equivocadas. São quase 20 jogos na temporada sem um futebol minimamente organizado do ponto de vista ofensivo. Em momento algum da temporada a equipe jogou bem, independente dos resultados. Era um futebol pobre, sem padrão. A opção por um futebol pragmático, com muitos volantes em campo, era um erro claro e repetido. A insistência com Siloé e a não confiança nos meio-campistas ofensivos também influenciou na sua saída. Além disso, suas substituições raramente eram positivas.
Como consequência, além de não vencer o Fortaleza nas duas partidas – e isso pesa, é histórico – a situação da equipe é dramática. Ficar de fora das semifinais do estadual e como consequência da Copa do Nordeste 2017 seria um vexame sem precedentes para um clube que se organizou nos anos recentes, paga em dia e tem a maior folha de pagamento entre os cearenses.
A vaidade também atrapalhou o técnico. Não eram poucos os dirigentes do alvinegro incomodados com a postura “estrela” e teimosa de Lisca. É uma informação, não uma especulação, que ficou ainda mais evidente quando o treinador criticou abertamente a assessoria de imprensa por causa de estar presente em entrevistas aos sábados sem que repórteres lá estivessem.
No Náutico, Lisca viveu situação bem parecida. Parece ser um padrão de comportamento e aproveitamento. No Ceará, foram 28 jogos oficiais, com 18 vitórias, seis empates e quatro derrotas.
Fonte: Futebol do POVO.