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2016
CEARÁ – DEFESA: Líder do governo. Citado em delação, José Guimarães nega
O líder do Governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT), teria sido citado em colaboração sigilosa como beneficiário de esquema de propina em contratos de empresas privadas com estatais. A suposta delação na Operação Lava Jato foi divulgada na noite de sexta-feira pela revista Época. Em nota, o deputado repudiou as “insinuações” e disse que a acusação “revela oportunismo diante do conturbado momento político no País”.
Segundo a revista, o acordo especial de delação é o primeiro fechado por um operador do PT e foi homologado há poucos dias no Supremo Tribunal Federal. A autoria é mantida em sigilo pela Procuradoria Geral da República.
O delator diz ter atuado em esquema clandestino do PT para arrecadar dinheiro de empresas interessadas em negócios com o governo. As empresas teriam de pagar pedágio a partir de falsos contratos de prestação de serviços. Os valores eram divididos entre os envolvidos, dentre os quais José Guimarães é citado.
Acordos
Em 2010, ele teria intermediado a aproximação de sócio da Engevix, José Antunes Sobrinho, e o então presidente do Banco do Nordeste (BNB), Roberto Smith. Sobrinho buscava empréstimo de R$ 260 milhões para construção de usinas eólicas na Bahia e recorreu ao delator para captar os recursos.
Guimarães era o responsável pela indicação de Smith ao cargo e, segundo o delator, receberia 1% do valor (R$ 2,6 milhões) em troca do apoio. O valor teria sido reduzido a R$ 1 milhão. Segundo a Época, há oito documentos que comprovariam o envolvimento de Guimarães.
O líder do Governo afirma que nunca se beneficiou de recurso público. Em nota, ele pontua que seu trabalho como deputado pressupõe o diálogo com inúmeras instituições e o atendimento a diversos interlocutores. Para ele, a acusação se trata de “oportunismo” e de “incessante tentativa de criminalizar o PT e o governo”. O POVO não conseguiu contato com Roberto Smith até o fechamento.
Fonte: O POVO.