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2016
CEARÁ – JANELA: Nove deputados migram para o PDT, e Pros deixa de existir na ALCE
O Partido Republicano da Ordem Social (Pros), com a abertura da janela partidária, deixa de ter representantes na Assembleia Legislativa do Ceará. O deputado Sérgio Aguiar anunciou, nesta quinta-feira, 18, que os nove parlamentares da legenda passam a integrar a bancada do PDT. A migração era esperada desde a filiação ao PDT dos líderes político do grupo, os ex-governadores Cid e Ciro Gomes, no ano passado.
A transferência de partidos, sem sanções da Justiça Eleitoral, se torna possível a partir desta quinta-feira, com a promulgação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) n° 182/2007. A chamada “janela partidária” ficará aberta por 30 dias.
Dessa forma, o PDT passa a ter a maior bancada da Casa. Já integram a sigla os deputados Evandro Leitão, líder do Governo, e Ferreira Aragão. O deputado estadual Heitor Férrer saiu do partido e foi para o PSB, após a filiação de Cid e Ciro, desavença política do pré-candidato à Prefeitura de Fortaleza.
Além dos estaduais, migram também os deputados federais Ariosto Holanda, Antonio Balhman, Leônidas Cristino e Vicente Arruda; e 68 prefeitos do Ceará, segundo Aguiar. Em 2013, o grupo também acompanhou os Ferreira Gomes na migração do PSB para o Pros. Outros líderes do grupo, como o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, e o presidente da Câmara Municipal, Salmito Filho, também já haviam feito a troca.
Em seu discurso na ALCE, Aguiar destacou a referência de Leonel Brizola no PDT. “Cid Gomes, em seu mandato, se alinhou muito ao idealismo de Brizola, dando muito destaque às políticas educacionais”, acrescentou.
O grupo de Cid protagonizava desentendimentos com a direção nacional do Pros desde meses após a filiação. Para não perderem o mandato, deputados esperaram a abertura da janela para deixarem o Pros. Um deles, o deputado federal Domingos Neto migrou antes para o recém-criado Partido da Mulher Brasileira (PMB).
Pros
Com a migração, o Pros deixa de existir no Legislativo estadual. O presidente do partido no Ceará, o advogado Leandro Vasques, ressalta que o partido não tem instrumento para evitar a mudanças, mas compreende o interesse individual dos políticos. “O Pros zela muito pela qualidade dos quadros e não pela quantidade”, pontuou.
A sigla já havia enviado ofício aos parlamentares convidando os integrantes para discutirem a estrutura eleitoral de 2016, sugerindo a permanência dos filiados. Vasques lembra que a PEC não gera nenhum impacto sobre tempo de rádio e TV e verba do Fundo Partidário, logo não há impactos para eleições municipais.
“Particulamente não enxergo como racional que todo um grupo com certa sintonia vá para um só partido. A democracia faculta a existência de vários partidos, é natural que o político vá procurar o espaço em que ele tenha mais destaque. Vislumbro que uma quantidade excessiva de políticos seguindo Cid para o PDT vai causar até oencharcamento do partido, o que não gostaria que houvesse com o meu”, frisa o presidente.
O Pros negocia a filiação do deputado federal Odorico Monteiro (PT). Há 25 anos no PT, as negociações começaram no segundo semestre do ano passado e causaram desconforto entre as lideranças estaduais petistas. Essa seria a primeira grande perda do partido desde a crise na sigla. Além de Odorico, seu irmão, o ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Ceará (OAB-CE), Valdetário Monteiro, já é filiado ao Pros desde o final de 2015.
Fonte: O POVO.