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2015
CEARÁ – Desprezados pelo governo de Camilo Santana, policiais civis em estado de greve agora ameaçam suspender operações
“Vamos parar de quebrar o galho. A Polícia Civil não vai mais quebrar galho”. A declaração partiu nesta terça feira(22), do presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Ceará (Sinpol), Gustavo Simplício, se referindo ao início da “Operação Polícia Legal”, mais uma etapa da mobilização da categoria contra sua desvalorização por parte do governo estadual. A categoria admite suspender as operações de combate ao crime.
Na manhã desta terça-feira(22), após uma manifestação na Praça dos Voluntários (Centro de Fortaleza), onde está localizada a sede da Delegacia Geral da Polícia Civil (DGPC), os servidores iniciaram a mobilização para forçar o governo do Estado a atender às reivindicações da classe, entre elas, a melhoria salarial de acordo com a exigência de nível superior para ingresso na instituição.
Simplício se referia ao desvio de função a que sua classe vem sendo submetida nos últimos anos, exercendo atividades que não são de sua obrigação, como a guarda e escolta de presos da Justiça. Os policiais civis reclamam também da falta de valorização por parte do Governo do Estado, que aprovou a Lei das Promoções de policiais e bombeiros militares, promovendo neste fim de ano cerca de 9 mil servidores, e deixando de lado os policiais civis.
Diante da falta de diálogo e do não cumprimento de promessas feitas pelo governador Camilo Santana (PT) aos servidores da categoria, os policiais iniciaram a segunda etapa do movimento. Antes, eles haviam deflagrado o estado de greve.
Procedimentos
Os policiais irão, a partir de hoje, obedecer a uma lista de exigências legais, tais como somente participar de operações com o fornecimento de equipamentos de proteção individual (coletes, munição etc) e com o pagamento antecipado de diárias de viagens.
Informam, ainda, que não conduzirão viaturas com documentação atrasada, não irão aos locais de crimes sem a presença de delegado (autoridade policial), entre outras medidas.
Veja as estratégias da Operação “Polícia Legal”
01 – Policiais civis somente comparecerão aos locais de crimes acompanhados da autoridade policial (delegado)
02 – Policiais civis não conduzirão viaturas com documentação atrasada
03 – Policiais civis não recolherão ao xadrez presos sem a devida formalização do flagrante ou sem mandado de prisão
04 – Escrivães somente tomarão depoimentos na presença da autoridade policial (delegado)
05 – Escrivães não relatarão nem despacharão inquéritos policiais (tarefa de delegado)
06 – Não será admitida a presença de terceirizados ou outros profissionais nas funções exclusivas da Polícia Judiciária
07 – Prisões comuns por servidores impedidos de exercer tais funções deverão ser comunicadas ao Sinpol para providências
08 – Policiais não participarão de operações sem o fornecimento de equipamentos de proteção individual em dia e sem o pagamento antecipado das diárias de viagem
09 – Todos os Boletins de Ocorrência (B.Os.) serão conclusos aos delegados para a instauração de inquérito
10 – Será dado prazo de 90 dias ao Governo do Estado para dispor de condições mínimas de segurança aos policiais.