30
2015
BRASIL – Novo escândalo envolve Cunha e pode adiar decisão de impeachment de Dilma
Um documento colhido na residência do assessor do senador Delcídio do Amaral, Diogo Ferreira, cita um pagamento de R$ 45 milhões ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha, para aprovar emenda em medida provisória que beneficiaria o BTG Pactual, de André Esteves. O balqueiro, assim como Delcídio, foi preso na última quarta-feira (25).
“Em troca de uma emenda a medida provisória número 608, o BTG Pactual, proprietário da massa falida do banco Bamerindus, o qual estava interessado em utilizar os créditos fiscais de tal massa, pagou ao deputado federal Eduardo Cunha a quantia de R$ 45 milhões de reais”, diz o texto.
O texto aparece no verso de um documento que seria o roteiro de uma das reuniões em que o senador Delcídio Amaral tentou comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. No encontro, o senador teria dito que conversaria com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) para viabilizar um habeas corpus para Cerveró e evitar um acordo de delação premiada.
O documento consta no material enviado pela PGR ao Supremo para pedir a conversão da prisão temporária de Esteves em prisão preventiva.
Procurado, o presidente da Câmara desmentiu o bilhete. “É um absurdo. Não conheço esse assessor e tem de perguntar a ele isso, não a mim. Eu desminto com veemência”, afirmou Cunha. Uma das filhas de Cunha, Camilla Dytz da Cunha, diz em redes sociais ser advogada do BTG Pactual desde janeiro de 2014
Pedidos de impeachment
As denúncias envolvendo Cunha podem atrasar ainda mais a decisão dos pedidos dos pedidos de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. O presidente da Câmara já afirmou que pretende anunciar a decisão até a sexta-feira, 4 de dezembro.
Se o Planalto não conseguir aprovar o projeto no Senado que permite ao governo fechar as contas com déficit de R$ 51 bilhões, é altamente provável que ele autorize o pedido de impeachment do jurista Hélio Bicudo.
(Com O Estado de SP e Veja).