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2015
BRASIL – Deputado cearense Odorico Monteiro bate em decreto legislativo tucano que pretende retirar profissionais cubanos do Mais Médicos
Em pronunciamento na Tribuna da Câmara dos Deputados, o deputado federal Odorico Monteiro (PT-CE), criticou o Decreto Legislativo (PDS 33/2015), de autoria dos senadores Cássio Cunha Lima e Aloysio Nunes, ambos do PSDB, que pretende sustar a presença dos médicos cubanos no programa Mais Médicos.
Odorico classificou a iniciativa dos tucanos como uma ameaça de interrupção do programa no Brasil. “Eu considero que a iniciativa dos senadores do PSDB, de sustar a presença de mais de 11,4 mil médicos cubanos no Brasil, é algo que traz um prejuízo enorme para a saúde do povo brasileiro”, afirmou.
De acordo com Odorico, o convênio do governo brasileiro como a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) – aprovado pelo Congresso Nacional por meio da Lei 12.871/2013 que criou o Mais Médicos – tem permitido que áreas remotas do semiárido nordestino, periferias das grandes cidades, regiões ribeirinhas da Amazônia, distritos de saúde indígena, tivessem, pela primeira vez, a presença regular de um médico.
“O PSDB, inconformado com essa vitória do povo brasileiro, quer sustar o convênio com a OPAS, o que significará um enorme prejuízo”, argumentou o parlamentar, ao apelar para que o Congresso não aprove o decreto.
“Temos ainda inúmeras populações com dificuldades de acesso a médicos. Somente o Mais Médicos, tem hoje mais de 14 mil médicos, atendendo mais de 60 milhões de brasileiros” completou.
“A iniciativa do PSDB é elitista e desumana, que nega o direito fundamental à saúde, pois os médicos cubanos atendem justamente as regiões mais remotas e de difícil acesso, em municípios que nunca tiveram a presença permanente de um médico. Desafio a oposição a defender esse decreto, que é um verdadeiro atentado contra a saúde do povo brasileiro, nas ruas, junto à população atendida pelo Programa”, finaliza.
Números do Mais Médicos
“Dados do Ministério da Saúde apontam que o atendimento na consulta básica, com o Programa Saúde da Família e o Mais Médicos, aumentou em 35%; o acompanhamento da diabetes que hoje tem sido um grande problema, em função do envelhecimento da população brasileira — inclusive muitas pessoas, por falta de atendimento e acompanhamento adequado, têm membros amputados ou até morrem por diabetes —, aumentou em 45%. Isso representa melhoria significativa na saúde da população brasileira”, apresentou o deputado.
“Antes de perseguir esse Programa, nós temos que louvar, acompanhar, debater e corrigir rumos”, disse o deputado, ao mencionar que o programa é hoje aprovado por mais de 90% dos seus usuários.
(Via Roberto Moreira)