nov
25
2014

CEARÁ – Em entrevista, Cid Gomes defende base “enxuta, porém mais confiável” para Dilma.

Em entrevista à revista Carta Capital, o governador do Ceará, Cid Gomes, explica o projeto de uma frente de esquerda capaz de sustentar o governo Dilma e fazer contraponto aos conservadores.

a boa cid entrevista

Diante de uma nova rebelião da base aliada no Congresso e dos desdobramentos da operação Lava Jato, dedicada à apuração do escândalo de corrupção na Petrobras, não resta alternativa a Dilma Rousseff senão repensar a forma como o Executivo se relaciona com o Parlamento.

O diagnóstico é do governador do Ceará, Cid Gomes (Pros), defensor da criação de uma frente de esquerda para trabalhar pela estabilidade do governo e fazer um contraponto ao fisiologismo e ao avanço dos conservadores no Parlamento. “O governo está escravo do PMDB, que se considera um partido essencial, quando eu penso que ele não tem essa bola toda. É melhor ter uma base mais enxuta, porém mais confiável”.

Entrevista
Na entrevista a seguir, ele explica a proposta e fala sobre os rumos da economia. Evita, porém, comentários sobre a possibilidade de assumir um ministério. “Ninguém fala sobre conjecturas.”

CartaCapital: Qual é o objetivo da frente de esquerda?
Cid Gomes: Temos um evidente problema de governabilidade e um debate de reforma política, que é uma unanimidade enquanto a necessidade de fazer, mas objetivamente há opiniões e desejos para todos os gostos. Reforma política, ao meu juízo, deve existir quando se inicia um novo ciclo, e não é o que está acontecendo. O País acabou de sair de uma eleição muito dividida, o resultado praticamente foi meio a meio. Essa reforma só deve aguçar e radicalizar as diferenças. O Executivo precisa de uma nova forma de se relacionar com o Parlamento ou, pelo menos, deve tentar melhorá-la, torná-la mais ética e transparente. A Operação Lava Jato ajuda nesse sentido, pois fragiliza o núcleo central desse modelo de governança instituído em meados do governo Lula. Dilma tentou mudá-lo, mas teve que se render no principal.

CC: Que modelo de governança é esse?
CG: Quais são os principais partidos da base? O PT, evidentemente, e o PMDB. Este último é um ajuntamento de seções estaduais que se unem na hora de disputar um naco do poder. Foi assim nos governos de Lula e de Fernando Henrique Cardoso. Só que, agora, o PMDB perdeu o pudor. As chantagens são feitas publicamente por quadros do partido.

CC: O senhor se refere ao deputado Eduardo Cunha?
CG: Entre outros. Eduardo Cunha é uma caricatura dessa situação. Mas uma boa parte do PT, ao longo dos últimos anos, também aderiu à tese do poder pelo poder. Não posso generalizar, mas uma parcela do partido disputa participação no governo não para apresentar novas teses ou colocar em prática uma nova linha ideológica. E sim para ter força de cooptar e se preservar no poder. O resto do apoio da Dilma é múltiplo. Há partidos ideológicos ou programáticos e também os fisiológicos, todos com expressão pequena, o que faz com que o poder fique concentrado entre o PT e o PMDB. Dilma pode estimular um reordenamento dessa base, e isso não se fará apenas com boa vontade. Se depender de boa vontade, a negativa já vem daquele bordão antigo, de que a esquerda só se une na cadeia. A presidenta precisa emitir sinais claros para fomentar a união.

CC: Quem poderia integrar esse bloco?

CG: Aqueles que têm uma linha ideológica de centro esquerda e que estejam insatisfeitos no seu partido, além das legendas dispostas a se alinhar integralmente. Não precisamos, necessariamente, de um partido novo. É um processo. Primeiro, cria-se um bloco. Depois, uma frente. Na medida em que as desconfianças são superadas, podemos pensar em outras formas de organização. No futuro, talvez isso se converta em num partido, com instâncias compartilhadas de poder. Há mil mecanismos para construir uma alternativa. Além do meu partido, o PROS, imagino que podem aderir ao projeto o PDT, o PCdoB, parcelas do PSB. Para muitos quadros deste partido, esse caminho à direita do PSB nega as suas origens, sua tradição, sua história.

…continue lendo.

(Via Politica com k)

About the Author: Bené Fernandes

Radialista com mais de 25 anos de militância em Sobral(CE), e agora Jornalista Profissional, sob o Registro- 01657 MTb - datado de 23/12/2004. Trabalho atualmente na Rádio Paraíso FM-101,1 Mhz, onde apresento o Programa HORA DA NOTÍCIA - no horário de 11hs ás 13 horas. Nas tardes da Paraíso FM levo alegria de descontração no Programa FORRONEJO de 15hs ás 17 horas. Se ligue com a gente e venha curtir o melhor da informação e do entretenimento musical.

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